Passaram horas, o meu coração explodia de ansiedade. Vi algo. Perguntei-me se já estava a alucinar. Não, não estava. Caminhavas de forma a olhar para todos os sítios, na esperança de encontrar algo. Não me viste. Agarrei o ramo de flores com maior convicção, coloquei-os atrás das costas. E caminhei para ti. Não me contive em chamar o teu nome a meio caminho... foi o meu coração que o fez. Tinha os olhos húmidos, afinal de contas tinha o meu futuro à minha frente. Quando me viste, caminhaste em minha direcção os dois primeiros passos, depois correste... Quando te tive nos meus braços naqueles segundos, não controlei a emoção, respirei fundo diversas vezes, deixei que se caíssem as lágrimas que contive todo este tempo com saudades tuas... Pela primeira vez, te dizia "amo-te", olhos nos olhos... As tuas bochechas estavam rosadinhas, os teus olhos como os meus, os nossos corpos inseparáveis.
Passámos os dois dias seguintes assim. Sentindo a posse de um abraço, a felicidade de um beijo, e o controlo sobre o corpo do outro... Até certa altura, foi sempre assim, a espaços. Depois, foi sempre assim, para toda a vida...
« Oh when you're cold
I'll be there
Hold you tight to me »