domingo, 23 de março de 2008

Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street

“Naveguei pelo Mundo, contemplei as suas maravilhas. Do Estreito de Dardanelos, às Montanhas do Peru. Mas não há nada como Londres! Não, nada como Londres.”

E, assim, nasce uma obra.

Do princípio ao fim, fiquei deliciado perante uma daquelas histórias que se assemelham às grandes lendas dos subúrbios do Mundo, neste caso, de Londres! Uma Lenda de um amor proibido e de uma vingança para ser feita. A sede da vingança. Os sentimentos de ódio que transbordam da alma. A perícia no manejar da lâmina/navalha. Um amor para resgatar. Uma filha para sentir nos seus braços. Um regresso ao passado para ser feito por Sweeney Todd, o Barbeiro…

São duas horas garantidas de deambulação eterna. Recordamos filmes míticos como “Eduardo Mãos de Tesoura” ou “A Noiva Cadáver”, não fossem eles do mesmo director. Tim Burton. Aquela caracterização única. Cabelos sebosos e despenteados. Olhos negros e profundos. Mãos sujas. Expressões, ora tristes, ora vingativas, ora maquiavélicas. Roupas sujas, amarrotadas, negras. O cheiro imundo da cidade quase que viaja pelo ecrã. A cor não existe. Excepto o encarnado. O sangue.

Recordei, também, os eternos clássicos desenhos animados, como “A bela e o monstro”, “Pocahontas” ou “O Rei Leão”; tudo isto, por “culpa” da música. É um elemento adicional que este filme comporta. “E ainda bem”, digo eu. A música dá o toque requintado final a toda uma beleza de caracterização. Sendo mais conciso, perdoem-me a comparação, a música, neste filme, representa o ar nas nossas vidas. Sem tirar nem pôr. Se desaparecer morre-se. Perde algo. Perde a piada, se quisermos. São vários os tipos de música existentes. Desde aquela melodia triste e de desespero de uma rapariga indefesa nas mãos de um monstro, passando pela melodia recheada de coragem do príncipe que a vai resgatar, até àquela melodia “de guilhotina” que pressagia a morte, o fim…

Por fim, a sua sequência final, estrondosa e única, fez-me recordar essencialmente aquelas tragédias gregas. E mais não digo. Para bom entendedor foi o suficiente para explicitar o final da história. Um final, no mínimo, arrebatador. E, sim, chocante.


Sweeny Todd é bom demais para ser considerado um grande filme. É, sobretudo, uma obra de arte eterna. Obrigado Tim Burton!

PS: Sim, raparigas, Johnny Depp está absolutamente inigualável! Contudo, vejo também o belo trabalho da sua amiga e do enorme Sasha Cohen!


Aqui deixo uma das grandiosas cenas:


Sweeney Todd - By The Sea

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