quinta-feira, 31 de maio de 2007

Puedo Escribir Los Versos Mas Tristes Esta Noche...

Sim, eu sei. Este poema já passou por aqui uma vez. Mas a beleza que contém, a beleza de como este poema é declamado, obriga-me a postá-lo, ou melhor, a mostrá-lo. Para quem não se lembra o poema está aqui : Possoescreverosversosmaistristesestanoite,PabloNeruda.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Sussurro.


terça-feira, 29 de maio de 2007

Demorei tempo a te ver.


Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi:
não soube que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.

Pablo Neruda

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Busted!

Alguém gostava de ser o meu Picaxu? *

domingo, 27 de maio de 2007

Ti Amo Sporting!!


Até Que A Morte Não Nos Separe...

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Como se houvesse...


Como se houvesse uma tempestade
escurecendo os teus cabelos,
ou, se preferes, minha boca nos teus olhos
carregada de flor e dos teus dedos;

como se houvesse uma criança cega
aos tropeções dentro de ti,
eu falei em neve - e tu calavas
a voz onde contigo me perdi.

Como se a noite se viesse e te levasse,
eu era só fome o que sentia;
Digo-te adeus, como se não voltasse
ao país onde teu corpo principia.

Como se houvesse nuvens sobre nuvens
e sobre as nuvens mar perfeito,
ou, se preferes, a tua boca clara
singrando largamente no meu peito.


Adeus, Eugénio de Andrade

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Um pouco de Filosofia...

Partindo do princípio que só sabemos o que as coisas são depois de as conhecer, o que é a verdade? Se não sabemos o que ela é, como podemos dizer que existe e é alcançável? A mesma coisa para o amor. Se não o conhecemos, como podemos saber o que é? e se existe? É aqui que entra a forma humana de pensar: pensamos por hipóteses, até chegar a algo que nos conseguimos concretizar como uma ideia concisa e sólida.

Hoje, a palavra amar não é mais que uma palavra. Vulgar. Sem expressão. A banalização dos conteúdos expressivos leva a uma conjugação atónica da realidade vivida e a potencialmente vivida. São inúmeras as vezes que utilizamos a palavra amar por dia. É banal. Utilizamos amar para adjectivar a música que ouvimos, ou o filme que vimos, ou o livro que lemos, ou a frase que ouvimos... Aqui amar não é mais do que um sócia de gostar, adorar...

Amar, gostar, adorar é tudo a mesma coisa?
Não posso conceber assim. Mas é de facto assim que utilizamos os vocábulos. Gostar não será mais do que uma afecto simples, curto e quantitativo. Adorar um vocábulo crepúsculoso, calmo, tocante. Amar não é mais do que um lado qualitativo do gostar, quente, pujante. Não são uma graduação, são pilares autónomos.

O que significa verdadeiramente amar alguém?

Amar será uma forma de viver? Ou um mero elemento de como saber viver? Amar é dizer que te amo? Ou demonstrar que te amo? Amar é estar junto de ti quanto estou perto de ti? Ou saber estar junto de ti quanto estou longe? Amar é estar perto quando posso? Ou estar perto sempre? Amar é um hábito, uma rotina? Ou é realmente sentir amor? Amar é um momento que antecede um momento em que só penso em mim? Ou amar é um momento contínuo que os teus problemas são os meus? Amar é uma forma de ser autónomo acompanhado? Ou Amar é realmente uma comunhão de vida a dois?

Enfim... Apenas uma coisa tenho a certeza: não podes amar aquilo que não tens orgulho em amar...

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Momento BAH

terça-feira, 22 de maio de 2007

What did you say?

Norah Jones - Those Sweet Words (letra aqui).

"I just have to hear / Those sweet words / Spoken like a melody"

Amo.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Acredita no que não vês.



Toco a testa da lua com a palma da minha mão.
Sinto-te tão perto. Saudade.
Querer sentir que já não sinto esse sentimento.

A promessa feita na sombra do sol…
Quebrou-se…
Mas não te amo menos por isso…
Respiro-te.

Beijo o ar como se fosses tu.
Tacteio o vento como se fosse o teu corpo.
Olho para o horizonte procurando os teus olhos.

Afinal, porque não te encontro?

domingo, 20 de maio de 2007

Todos os dias.


Todos os dias agora acordo com alegria e pena.
Antigamente acordava sem sensação nenhuma; acordava.
Tenho alegria e pena porque perco o que sonho
E posso estar na realidade onde está o que sonho.
Não sei o que hei de fazer das minhas sensações.
Não sei o que hei de ser comigo sozinho.
Quero que ela me diga qualquer cousa para eu acordar de novo.
Alberto Caeiro

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Adiar é uma oportunidade que passa.

Não posso adiar o amor para outro século
Não posso
Ainda que o grito sufoque na garganta
Ainda que o ódio estale e crepite e arda
Sob montanhas cinzentas
E montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço
Que é uma arma de dois gumes
Amor e ódio

Não posso adiar
Ainda que a noite pese séculos sobre as costas
E a aurora indecisa demore
Não posso adiar para outro século a minha vida
Nem o meu amor
Nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração

A. Ramos Rosa

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Busted!



E se Schwarzenegger tivesse aparecido para salvar o Cristo?

He'll Back!

terça-feira, 15 de maio de 2007

O Sonho.

Pelo sonho é que vamos,
Comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não frutos,
Pelo Sonho é que vamos.

Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
Que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
Com a mesma alegria, ao que é do dia-a-dia.

Chegamos? Não chegamos?

-Partimos. Vamos. Somos.

Sebastião da Gama

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Momento BAH

Enfim... Se calhar tatuava Ultramar no braço! Ideias?

sábado, 12 de maio de 2007

Frescura

Ah a frescura na face de não cumprir um dever!
Faltar é positivamente estar no campo!
Que refúgio o não se poder ter confiança em nós!
Respiro melhor agora que passaram as horas dos encontros,
Faltei a todos, com uma deliberação do desleixo,
Fiquei esperando a vontade de ir para lá, que'eu saberia que não vinha.
Sou livre, contra a sociedade organizada e vestida.
Estou nu, e mergulho na água da minha imaginação.
E tarde para eu estar em qualquer dos dois pontos onde estaria à mesma hora,
Deliberadamente à mesma hora...
Está bem, ficarei aqui sonhando versos e sorrindo em itálico.
É tão engraçada esta parte assistente da vida!
Até não consigo acender o cigarro seguinte... Se é um gesto,
Fique com os outros, que me esperam, no desencontro que é a vida.

Álvaro Campos

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Uma divagação musical...

JP Simões & Luanda Cozetti - Se Por Acaso...

(Já o apelidaram de JP Buarque... Simples, directo, curto e fantástico...)

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Uma pequenez enorme.

Acordo de noite subitamente,
E o meu relógio ocupa a noite toda.
Não sinto a Natureza lá fora.
O meu quarto é uma cousa escura com paredes vagamente brancas.
Lá fora há um sossego como se nada existisse.
Só o relógio prossegue o seu ruído.
E esta pequena cousa de engrenagens que está em cima da minha mesa
Abafa toda a existência da terra e do céu...
Quase que me perco a pensar o que isto significa,
Mas estaco, e sinto-me sorrir na noite com os cantos da boca,
Porque a única cousa que o meu relógio simboliza ou significa
Enchendo com a sua pequenez a noite enorme
É a curiosa sensação de encher a noite enorme
Com a sua pequenez...


Alberto Caeiro

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Busted!

(Brinca com eles<) =P

terça-feira, 8 de maio de 2007

Momento BAH


"Ai vou, vou!!... Quero exclusividade plena no meu blog!!"

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Versos tristes.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: “A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe”.
O vento da noite gira no céu e canta.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.

Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.



Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.

Pablo Neruda

domingo, 6 de maio de 2007

Um pouco de Filosofia...


"Rir é arriscar-se a parecer louco.
Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.
Estender a mão é arriscar-se a se envolver.
Expor seus sentimentos é arriscar-se a expor o seu eu verdadeiro.
Expor suas idéias e sonhos em público é arriscar-se a perder.
Viver é arriscar-se a morrer.
Ter esperança é arriscar-se a sofrer decepção.
Tentar é arriscar-se a falhar.
Mas... é preciso correr riscos.
Porque o maior azar da vida é não arriscar nada...
Pessoas que não arriscam, que nada fazem, nada são.
Podem estar evitando o sofrimento e a tristeza.
Mas assim não podem aprender, sentir, crescer, mudar, amar, viver...
Acorrentadas às suas atitudes, são escravas, abrem mão da sua liberdade.
Só a pessoa que arrisca é livre...
Arriscar-se é perder o pé por algum tempo.
Não se arriscar é perder a vida..."

Soren Kierkegaard

sábado, 5 de maio de 2007

Em Bom Trapalhês

Conclusão a reter:
SOTP= Sem Ordens Tempo Perdido
Sim! Porque quem fiscaliza isto? =P

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Dica Semanal

Patrick Watson - The Great Escape

Gosto. E aconselho.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Olha-me com os teus olhos...

Aqui te amo
Nos sombrios pinheiros desenreda-se o vento
a lua fosforesce sobre as águas errantes
andam dias iguais a perseguir-me.

Desperta-se a névoa em dançantes figuras.
Uma gaivota de prata desprende-se do acaso.
Às vezes uma vela. Altas, altas estrelas.

Ou a cruz negra de um barco.
Sozinho.
Às vezes amanheço e até a alma está húmida.
Soa, ressoa o mar ao longe.
Este é um porto.
Aqui te amo.

Aqui te amo e em vão te oculta o horizonte
Eu continuo a amar-te entre estas frias coisas
Às vezes vão meus beijos nesses navios graves
que correm pelo mar onde nunca chegam.

Já me vejo esquecido como estas velhas âncoras.
São mais tristes os cais quando fundeia a tarde.
A minha vida cansa-se inutilmente faminta.
Eu amo o que não tenho. E tu estás tão distante.

O meu tédio forceja com os lentos crepúsculos.
Mas a noite aparece e começa a cantar-me
A lua faz girar a sua rodagem de sonho.

Olha-me com os teus olhos as estrelas maiores.
E como eu te amo, os pinheiros no vento
querem cantar o teu nome com as folhas de arame.


Pablo Neruda

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Momento BAH

Com a qualidade de ensino de hoje, convém desconfiar...