quinta-feira, 24 de maio de 2007

Um pouco de Filosofia...

Partindo do princípio que só sabemos o que as coisas são depois de as conhecer, o que é a verdade? Se não sabemos o que ela é, como podemos dizer que existe e é alcançável? A mesma coisa para o amor. Se não o conhecemos, como podemos saber o que é? e se existe? É aqui que entra a forma humana de pensar: pensamos por hipóteses, até chegar a algo que nos conseguimos concretizar como uma ideia concisa e sólida.

Hoje, a palavra amar não é mais que uma palavra. Vulgar. Sem expressão. A banalização dos conteúdos expressivos leva a uma conjugação atónica da realidade vivida e a potencialmente vivida. São inúmeras as vezes que utilizamos a palavra amar por dia. É banal. Utilizamos amar para adjectivar a música que ouvimos, ou o filme que vimos, ou o livro que lemos, ou a frase que ouvimos... Aqui amar não é mais do que um sócia de gostar, adorar...

Amar, gostar, adorar é tudo a mesma coisa?
Não posso conceber assim. Mas é de facto assim que utilizamos os vocábulos. Gostar não será mais do que uma afecto simples, curto e quantitativo. Adorar um vocábulo crepúsculoso, calmo, tocante. Amar não é mais do que um lado qualitativo do gostar, quente, pujante. Não são uma graduação, são pilares autónomos.

O que significa verdadeiramente amar alguém?

Amar será uma forma de viver? Ou um mero elemento de como saber viver? Amar é dizer que te amo? Ou demonstrar que te amo? Amar é estar junto de ti quanto estou perto de ti? Ou saber estar junto de ti quanto estou longe? Amar é estar perto quando posso? Ou estar perto sempre? Amar é um hábito, uma rotina? Ou é realmente sentir amor? Amar é um momento que antecede um momento em que só penso em mim? Ou amar é um momento contínuo que os teus problemas são os meus? Amar é uma forma de ser autónomo acompanhado? Ou Amar é realmente uma comunhão de vida a dois?

Enfim... Apenas uma coisa tenho a certeza: não podes amar aquilo que não tens orgulho em amar...

1 Sussurro(s):

~ rita disse...

O amor é banalizado todos os dias. Mesmo as pessoas que criticam esse facto acabam por cometer o mesmo erro. Até eu, que não gosto de dizer "amo-te", por às vezes ser demasiado cedo, por ter medo de gastar as palavras, digo-o quando me refiro àquele poema, àquela musica, àquele livro.
O amor é algo que também transcende, está para lá do que possamos compreender. Sabemos quando amamos? Sabemos a diferença das diferentes maneiras de apreciar?

Não, não sabemos...

Gostei desse suspiro :)