sexta-feira, 25 de maio de 2007

Como se houvesse...


Como se houvesse uma tempestade
escurecendo os teus cabelos,
ou, se preferes, minha boca nos teus olhos
carregada de flor e dos teus dedos;

como se houvesse uma criança cega
aos tropeções dentro de ti,
eu falei em neve - e tu calavas
a voz onde contigo me perdi.

Como se a noite se viesse e te levasse,
eu era só fome o que sentia;
Digo-te adeus, como se não voltasse
ao país onde teu corpo principia.

Como se houvesse nuvens sobre nuvens
e sobre as nuvens mar perfeito,
ou, se preferes, a tua boca clara
singrando largamente no meu peito.


Adeus, Eugénio de Andrade

1 Sussurro(s):

dark_wings disse...

como se houvesse uma criança cega
aos tropeções dentro de ti!

É assim queem quero sentir sempre... paa o esto da vida com uam criança dentro de mim... não uma criança apriosionada, mas livre paa correr e sobretudo para voar!

tenho vontade de estar consigo!

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