segunda-feira, 5 de abril de 2010

É tão bom recordar certas coisas...



"I'm feeling kind of scared
cuz I'm falling in love with you
But you don't care
cuz you don't know how I feel

I don't want to give my heart to someone new
I've been there before and it's my heart she tore in two

Can somebody please stop me,
From falling for this girl
I don't want to have to go through love again
Cuz it always hurts
"

A Mulher do Viajante no Tempo


Sinopse:

Baseado no best-seller de Audrey Niffenegger, o filme conta a história de um bibliotecário de Chicago (Eric Bana) que tem uma doença genética que lhe faz viajar no tempo quando ele está stressado. Embora ele desapareça muitas vezes durante longos períodos de tempo, ele tenta construir um relacionamento romântico com Clare Abshire (Rachel McAdams) - seu único e verdadeiro amor.

Opinião:

Não tem nada que enganar, aqui estamos perante um puro e verdadeiro romance. Esplêndido, tocante e com uma emoção muito rara. Já tinha ouvido falar deste filme, mas ainda não tinha tido a oportunidade de o ver, e hoje consegui, finalmente. Desde logo tem dois actores de excelência que fazem deste filme um verdadeiro "perfume", em muitos momentos fez-me lembrar aqueles filmes do Tom Cruise e a Nicole Kidman no início dos anos 90.


A história que justifica todo a intriga prende-se com um problema genético de um homem, originando que ele desapareça (isto é, "desmaterialize-se") de um segundo para o outro e a partir daí viaje no tempo, reencontrando pessoas conhecidas e que lhe são algo, no passado. É, no meio desta situação, que ele encontra-se constantemente com uma mulher, desde a sua infância até ao dia em que esta é a sua verdadeira esposa. E o filme desenrola-se assim, um desaparecimento e aparecimento subjectivo, isto é, sabem que irá acontecer, mas não sabem quando.


Depois de casados, as dificuldades aumentam. Ele desaparece durante semanas, sem conseguir regressar àquela época, deixando-a sozinha em alturas importantes das nossas vidas, enquanto a encontra na sua juventude vários anos antes. Digamos que ele está sempre com ela, durante toda a sua vida, mesmo quando viaja no tempo, porque a vai encontrar sempre e vai tentar sempre estar o máximo de tempo com ela, o que nem sempre é fácil. Uma das maiores virtudes desta obra de arte está quando existe a vontade de terem um filho, e o que se desenrola a partir desse momento...


Não é um romance lamechas e, muito menos, entediante. É confortante e até engraçado. Constitui, sem dúvida, um belo pedaço de cinema muito bem passado.


Nota: 7/10


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domingo, 4 de abril de 2010

Forever Strong


Sinopse:

Rick Penning vive a sua vida da mesma forma que joga rugby: rápida, forte e intensamente. Quando ele vai parar na prisão devido a um acidente de trânsito, conhece Marcus Tate, que lhe oferece a oportunidade de voltar a jogar pela sua antiga equipa rival. Relutante, Rick decide entrar para a equipa e deve passar por uma forte rotina de treinos e duras normas de conduta impostas pelo novo treinador. Rick precisa enfrentar uma grande prova de fogo ao ter que enfrentar a sua antiga equipa que é treinada justamente pelo seu pai.


Opinião:


Este é o filme ideal para quem gostou de filmes como "Jerry Maguire" ou "Um Domingo Qualquer", uma vez que o tema principal é o desporto, a confiança e o espírito de equipa. Sobre este filme não há muito a dizer, a não ser que nos ensina: que existem segundas oportunidades na vida, que elas muitas vezes vêm de onde não se espera e que os erros merecem o seu castigo, mas que este não deve ser para toda a vida.


Os excessos ligados ao álcool levam a um atleta com um enorme potencial à prisão, e vai ser nela que surge a ligação com a equipa que era a sua eterna rival. Aí aprende que mais importante do que saber jogar rugby é estar em plena forma física e mental; e aprende que o objectivo deles não é formar equipas campeãs, mas atletas campeões, a nivel profissional, mas essencialmente, pessoal. Vai ser nessa experiência que aprende que o espírito de equipa e a formação pessoal de cada um é mais importante do que ser um "menino bonito que tem imensas miúdas". Mais tarde, temos o confronto entre pai e filho, que estão em lados diferentes...


Este é um filme bastante interessante, que nos prende a cada minuto. Está bem construído e sem erros que mereçam ser apontados. Gostei. Dentro deste estilo é um grande filme.


Nota: 7/10 - Bom


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Parnassus, O Homem que queria enganar o Diabo


Sinopse:

Dr. Parnassus é um imortal contador de histórias que possui um teatro itinerante. Séculos atrás, ele fez um pacto com Sr. Nick, o demónio, no qual recebeu o dom da imortalidade. Em troca, Dr. Parnassus deve entregar o seu primeiro filho ou filha ao Sr. Nick após o aniversário de 16 anos. Valentina, a sua primeira filha, está prestes a atingir essa idade. Então, Dr Parnassus e Sr. Nick renegociam o pacto. Agora, o contador de histórias precisa lutar contra o tempo e contar com a ajuda de outros para salvar sua filha.

Opinião:

Antes de mais, este é o filme póstumo do actor Heath Ledger (actor de Joker, in Batman), sendo que este morreu quando a produção do filme já se encontrava perto do fim. Digamos que este antes de completo já era um filme muito esperado: por ser o último de Heath, por depois da sua morte ter sido dito que o filme nunca seria concluído, por depois de ser concluído ter sido dito que não seria colocado nos cinemas para não retirar a grande imagem que todos ficaram com a última actuação de Heath no Batman, e por toda a gente pensar que seria uma verdadeira incógnita. Enfim, foi um dos filmes mais aguardados do ano. Finalmente estreou nos cinemas depois de tantas interrogações.

Em primeiro lugar, é preciso dizer que apesar de não envergonhar a imagem que todos tínhamos de Heath pelo seu papel de Joker, aqui o seu papel não é tão bestial e tão marcante. É um papel simples, sendo compreensível que nunca chegasse para um Óscar ou qualquer outro prémio. Quanto aos outros actores que ajudaram a terminar o filme vestindo a personagem de Heath (Jude Law, Johnny Depp e Collin Farrell), sem dúvida, alguma que Johnny Depp foi muito melhor, é um actor incrivelmente fantástico, sendo que o papel lhe serviu que nem uma luva, pois o filme era claramente à sua imagem: exuberante, fantasioso e encantador.

Por outro lado, deixando os actores de parte, é de referir que esta produção tem dois grandes méritos: a qualidade original do argumento (nunca vi nada do género) e a qualidade exuberante das imagens. Deve ter sido um dos melhores filmes de fantasia que vi nos últimos anos. Só peca por uma única coisa: os pontos mortos da história. As sequências de cenas fantasiosas são substituídas por cenas mais paradas e que transmitem pouca informação e emoção. Talvez tenha sido por isso e por um final, que para muitos revela-se confuso, que o filme não tenha atingido o patamar que merecia. É um filme que vale essencialmente pela sua história e imagens, sendo que a qualidade de Heath Ledger e de Johnny Depp dá aquele toque soberbo.

Há um último ponto que gostava de realçar: a qualidade de representação de Lily Cole (a Valentina no filme). Não a conhecia, nunca tinha sequer ouvido falar, nunca a vi em nenhum filme, mas a sua actuação é, sem dúvida, a melhor de todos os actores. É uma verdadeira surpresa. É uma actriz muito recente, sendo que prevejo um enorme futuro. Fiquei abismado com tamanha representação para o seu primeiro grande filme.

Não percam este filme, vale muito, mas mesmo muito a pena. Não só pelo Depp ou o Ledger, mas por tudo. É fantástico.

Nota : 8/10 - Muito Bom


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Uma descoberta de Páscoa!

Um Cidadão Exemplar


Sinopse:

Clyde Shelton (Gerard Butler) é um cidadão exemplar que vê a sua mulher e filha serem brutalmente assassinadas durante uma invasão a sua casa. Quando os assassinos são detidos, Nick Rice (Jamie Foxx), um jovem procurador de Filadélfia bem sucedido, é chamado para participar. Apesar dos seus protestos, Nick é forçado pelo seu chefe a oferecer a um dos suspeitos uma sentença leve em troca de um testemunho contra o seu cúmplice. 10 anos depois. O homem que se safou da acusação de homicídio é encontrado morto e Clyde Shelton admite friamente que é o culpado. Em seguida faz um aviso a Nick: ou compõe o sistema de justiça que falhou com a sua família, ou as pessoas importantes do processo morrerão...


Opinião:

Aqui temos um filme diferente dos anteriores. Um filme de acção, de suspense e, realmente, dramático. O objectivo principal do filme é mostrar as fraquezas e inconvenientes do sistema de justiça norte-americano, através das sentenças feitas "nas ruas" e do tráfico de influências. Deste modo, estamos perante um sistema onde a estatística conta e é importante e onde a justiça é um mero pormenor, um verdadeiro luxo dos "nobres".

Temos duas mortes. Uma sentença feita por procuradores e não juízes. Um culpado julgado inocente. Um homem sedento de vingança e que não olha a meios para atingir os seus fins. Um procurador que apenas se preocupa com a sua taxa de sucesso. Um sistema que não se preocupa com a culpa mas com o dinheiro. Um homem na prisão que espalha o horror pelas ruas da cidade. Estes são os elementos que compõem o filme. Interligados formam uma saborosa trama, recheada de suspense.

Os actores do filme são importantes para o desenrolar da história, apesar de a meu ver Gerard Butler (actor de 300, P.S. I Love You e do Gamer) estar muitos furos acima de Jamie Foxx. Este a meu ver é uma decepção e uma vez mais demonstra que o seu papel em Ray foi um acidente (positivo) de percurso, porque como actor a intensidade é pouca e fraca. Enquanto que Gerard está cada vez melhor, a sua ascensão é parecida com a de Russell Crown e não dou mais 3 anos que não ganhe um Óscar, se tiver um filme com grande produção. Ele é tremendamente surpreendente e intenso a cada emoção.

Para além da actuação de Jamie Foxx, outro ponto negativo do filme é, sem dúvida, o seu final. Completamente surpreendente pela negativa e que vai contra o caminho que o filme desenha durante cada minuto seu. Desiludiu-me bastante o final, não conto mais para cada pessoa tirar a sua conclusão.

Este filme tem, essencialmente, dois pontos fantásticos: a intriga e Gerard Butler.

Nota: 6
/10 - Interessante


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sábado, 3 de abril de 2010

Momento BAH!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Para a Minha Irmã


Sinopse:

Sara e Brian Fitzgerald são pais de duas crianças e formam uma família feliz. No entanto, a vida deles muda para sempre quando descobrem que a sua filha de dois anos, Kate, tem leucemia. A sua única esperança é conceberem outra criança, especificamente destinada a salvar a vida da irmã. O resultado é Anna. Kate e Anna partilham laços muito mais próximos do que a maioria das irmãs: embora Kate seja mais velha, ela depende da sua irmã. Na verdade, a vida dela depende de Anna. No entanto, Anna, agora com 11 anos, diz "não". De forma a obter emancipação médica, ela contrata o seu próprio advogado, iniciando um processo judicial que divide a família e que poderá deixar o futuro de Kate nas mãos do destino...

Opinião:

Este é um filme dramático e intenso. É o filme perfeito para as pessoas que gostam de ficar "pregadas" ao ecrã com curiosidade em torno de questões sociais e culturais. Temos aqui uma história original, onde uma menina concebida para ajudar a irmã chega a um ponto da sua vida em que decide que já chega e que não quer que o seu corpo seja mais uma "garagem onde existem as peças capazes de arranjar o motor". De uma forma muito breve, este filme aborda 3 questões essenciais:

Em primeiro lugar, a questão da concepção. No filme, ainda no seu início, é dito: "A larga maioria das pessoas que têm filhos, têm-nos porque foi o resultado de uma noite de bebedeira ou porque não se protegeram. Não têm filhos porque os desejam ou porque ansiavam. As verdadeiras pessoas que desejam ter um filho, lutam por isso e sonham com isso são aquelas pessoas que não podem ter filhos ou não conseguem". Bom, não há muito mais a acrescentar, porque se uma verdadeira sondagem fosse feita o resultado seria exactamente esse. Hoje, a maioria das pessoas tem filhos porque aconteceu e não porque desejou, porque quem deseja é quem não consegue.

Em segundo lugar, a questão da autonomia do corpo. Deve uma criança que foi concebida apenas para ajudar a irmã ser sujeita a todo o tipo de tratamentos (desde transfusões de sangue até a doação de um rim, a partir dos poucos meses de vida) que lhe afectarão o bem-estar presente e futuro porque a verdadeira filha é a irmã? Até onde vai a nossa autonomia sobre o nosso corpo? Ou melhor, quando deve começar o nosso poder de decisão? Deve uma criança de 5 anos sujeitar-se a tratamentos violentos e traumáticos que lhe reduzem qualidade de vida para ajudar a irmã por imposição dos pais? Deve aos 11 anos doar um rim à irmã não podendo fazer mil e uma coisas no futuro? É, óbvio, que irmãos são irmãos e fazemos tudo para os pôr melhor, mas estou a querer ir mais longe: deve ceder uma vida em prol de outra? Isto dava para textos e mais textos, mas aqui fica a ideia e suscitado o problema.

Em terceiro lugar, a questão da chegada a hora para a partida. Vários filmes representaram a ideia e a discussão de quando estaria chegada a hora de deixar alguém partir e se poderíamos ajudar ou não alguém nessa tarefa. Este também não deixa de tratar dessa discussão. Seríamos capazes de ajudar alguém que amamos a partir porque ela não suporta mais a dor? Fica a promessa de que um dia mais tarde essa será uma questão que darei a minha resposta...

Por fim, resta dizer que este filme tem como pontos fortes: a conotação emotiva e dramática, a qualidade dos actores (Cameron Diaz merecia um Óscar de melhor actriz secundária com esta performance) e a forma como toda a história é narrada na primeira pessoa, algo que se vê cada vez menos mas que me agrada porque assemelha-se ao ler um livro. Vale a pena, está recheado de questões psicológicas que nos atormentam a todos, mas que nem sempre estamos com vontade de pensar.

Nota: 7/10 - Bom