terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Ter-te mais do que uma forma de arte é uma forma de vida feliz...

Guardo-te em mim como uma visão de alegria, mas sobretudo, de diferença. Guardo-te em mim como um apertar da roupa em tempos frios; como um doce mistério que nunca decifrarei; como uma doce beleza que nunca vou largar. Mas guardo-te em mim, não porque queira, mas porque preciso. Guardo-te em mim, simplesmente, porque é a única forma de me guardar a mim próprio. Guardo-te em mim hoje, amanhã e depois de amanhã. Guardo-te para o futuro e para o que vier depois do futuro…Guardo-me. Guardo-te. Guardo-nos. Como a flor mais bonita que já nasceu no nosso jardim…

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Um Desejo Para Este Natal !

I don't want a lot for Christmas
There's just one thing I need
I don't care about the presents...

I just want you for my own
More than you could ever know
Make my wish come true...

All I want for Christmas is... You!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

As palavras que marcam o meu aniversário este ano...

"Just hold my hand and you'll feel it...
Look in my eyes and you'll see it...
Listen when I whisper your name and you'll hear it...
Kiss me and you'll be absolutely sure...

I am just crazy about you!
Happy Birthday, Sweetheart."


Amo-te.

domingo, 30 de novembro de 2008

Deixa-te ficar na minha casa...


Fecho os olhos. Estico os braços e procuro a tua presença no escuro. A principio não te encontro. Minhas mãos não tocam mais nada para além do vazio, o puro e simples vazio. Volto a pô-las sobre o meu peito, para acalmar o meu coração. Não te encontro, mas sinto a tua voz, suave como plumas e bonita como pérolas retiradas do fundo do mar. Pergunto-me se mereço mais do que a tua voz. "Sim"-diz ela.

No meio de tanto vazio, há espaço e tempo para um sorriso. Um sorriso que recorda cada momento alegre e, sobretudo, cada sorriso teu a cada palavra minha. A saudade trás à memória minutos mágicos do passado e um orgulho imenso para o que será o futuro. Posso dizer que te tenho, mas posso dizer ainda mais que nunca te irei perder...

Confiante agora volto a esticar os braços, penso em todos esses momentos enquanto o faço. Primeiro, penso que não irei encontrar nada de novo; depois, tenho a certeza que se acreditar terei o teu rosto e todo o teu corpo nas minhas mãos. Não demorou muito que sentisse a tua pele de volta e os teus lábios a tocarem a minha orelha enquanto me dizem "preciso de ti..."

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

À minha cinderela...

"Um simples passo em frente pode mudar a nossa realidade. Um simples passo ou um passo simples pode originar a reconstrução de um encanto em tempos perdido dentro de nós..."

Coloco ambas as mãos sobre muro que se encontra a minha frente. Olho para o rio lá em baixo, é de manhã e é nesta altura que o sol abraça-o com o seu raiar e o rio agradece com um sorriso concretizado em ondas que chocam aqui e ali. Penso que talvez fosse difícil encontrar um lugar tão belo como este... Itália, Itália um encanto absorvido de vivência, um embrulho retirado de dentro de uma caixa transportando magia de um modo tão natural como respirar...

O relógio avisa-me do passar das horas. Vim cedo. A ansiedade origina a necessidade do caminhar por espaços vazios. A espera é longa, mas o amor é eterno. O sol se põe, a noite começa. Pergunto-me se chegas mesmo hoje. Dentro de mim começa a emergir o medo de que talvez não venhas... Colocando agora os braços ao invés das mãos sobre o muro, penso, penso muito em todos os nossos momentos e que toda a nossa felicidade teria de se concretizar ali. Uma lágrima foge, mas de alegria: "ela vem." Pus-me direito, ajeitei-me... queria estar perfeito aos teus olhos, com aquele meu jeito que tu tanto gostas.

Passaram umas horas mais. Agora sim, mais que nunca o nervosismo apoderara-se de mim. Mas por pouco tempo, por muito pouco tempo... de forma semelhante ao rasgo de sol que daquela manhã iluminava o rio, teus olhos ao longe iluminaram os meus. Quando te lançaste sobre os meus braços, fiquei mais leve. Perdera ali todos os medos do mundo em que nunca te teria. Sorri pela primeira vez naquela tarde...

"Anda, fica comigo, temos pouco tempo..."

domingo, 23 de novembro de 2008

Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma...


"Respiro o teu corpo:
sabe a lua-de-água
ao amanhecer,
sabe a cal molhada,
sabe a luz mordida,
sabe a brisa nua,
ao sangue dos rios,
sabe a rosa louca,
ao cair da noite
sabe a pedra amarga,
sabe à minha boca."


Eugénio de Andrade

sábado, 22 de novembro de 2008

Deixas em mim, tanto de ti...


"A noite não tem braços
Que te impeçam de partir,
Nas sombras do meu quarto
Há mil sonhos por cumprir.

Não sei quanto tempo fomos,
Nem sei se te trago em mim,
Sei do vento onde te invento, assim.
Não sei se é luz da manhã,
Nem sei o que resta em nós,
Sei das ruas que corremos sós,
Porque tu,

Deixas em mim
Tanto de ti..."

Por entre páginas li isto um dia destes...

“Pega no telefone e liga-lhe, não tens nada a perder. Diz-lhe que tens saudades dele, que ninguém te faz tão feliz, que os teus dias são secos, frios e áridos, como um deserto imenso, sem oásis nem miragens, sempre que não estão juntos. Pega no telefone e liga-lhe. Se ele não atender, deixa-lhe uma mensagem. Ou então escreve-lhe um sms a dizer que queres estar com ele. Não te alongues nem elabores, os homens nunca percebem o que queres deixar cair nas entrelinhas. Tens de ser clara, directa e incisiva. E não podes ter medo, porque o medo é o maior inimigo do amor. Cada vez que deixares o medo entrar-te nas tuas veias, ele vai gelar-te o sangue e paralisar-te os nervos, ficas transformada numa estátua de sal e morres por dentro. A vida é uma incógnita, hoje estás aqui, amanhã podes ficar doente, ou cair-te um piano em cima quando fores a andar na rua. Ainda há pessoas que atiram pianos pela janela, sabias? Nunca se sabe como será o dia de amanhã, por isso não percas tempo e pega no telefone e liga-lhe. Tenho a certeza que ele te vai ouvir, tenho a certeza que ele te vai ajudar, tenho a certeza que ele, à sua maneira - e é tão estranha a forma como os homens gostam de nós - ainda gosta de ti. Mesmo que já não te ame, ainda gosta de ti, como tu vais aprender a gostar dele, quando a vida te obrigar a desistir deste amor. Ele está longe, mas olha para ti por entre memórias, presentes e flores. À noite, entre sonhos alterados pelo álcool e as drogas leves, tu apareces-lhe na cama e ele volta a sentir o cheiro da tua pele e volta a amar-te com todas as suas forças. Ainda que não acredites, tu viverás para sempre nele, tal como ele vive em ti, na memória das tua células, num passado que pode ser o teu escudo, mesmo que não seja o teu futuro. Pega no telefone e liga-lhe. Fala com ele de coração aberto, diz-lhe o que queres ver, chora se for preciso, pede-lhe que te diga se sim ou se não. Se for preciso, por mais que te custe, pede-lhe para escrever a palavra NÃO. Pede-lhe uma resposta para o teu coração. Mais vale saberes que acabou tudo do que viveres com as laranjas todas no ar, qual malabarista exausto, sem saberes nem como nem quando elas vão cair. Mais vale chorar a tristeza de um amor perdido do que sonhar com um oásis que se tranformou numa miragem. Pega no telefone e liga-lhe. Liga as vezes que forem precisas até conseguires uma resposta, a paz de uma certeza, mesmo que essa certeza não seja a que desejavas ouvir. Mas não fiques quieta, à espera que a vida te traga respostas. a vida é tua, tens de ser tu a vivê-la, não podes deixar que ela passe por ti, tu é que passas por ela. E quando todas as laranjas caírem, apanha-as com cuidado, guarda-as num cesto e muda de profissão. O circo é para quem não tem casa nem país, não é vida para ninguém. Guarda as laranjas num cesto, leva-as para casa e faz um bolo de saudades para esquecer a mágoa. E nunca deixes de sonhar que, um dia, vais encontrar alguém mais próximo e mais generoso, que te ensine a ser feliz, mesmo com todas as pedras que encontrarem no caminho. Larga as laranjas e muda de vida. A vida vai mudar contigo. “

Margarida Rebelo Pinto, “Vou contar-te um segredo”

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Make You Feel My Love...


"I could make you happy
Make your dreams come true
Nothing that I wouldn't do
Go to the ends
Of the Earth for you
To make you feel my love
"

sábado, 15 de novembro de 2008

P.S. I Love You


P.S. I Love You. Este é daqueles filmes que nos surge como um embrulho de emoções, tal como aquelas cartas de amor que contém tudo, e nos fazem viver sentimentos que julgávamos impossíveis de viver. Se pensam que se trata de uma comédia romântica, estão enganados. Estabelecendo lugares paralelos é um filme que fica bem mais perto do "Palavras que nunca te direi" ou "Um amor para recordar", do que qualquer outro género de romances.

Ao contrário dos outros, não é um filme que se focaliza no amor. Por outro lado, é um filme que constrói o amor. Numa perspectiva filosófica, poderíamos dizer que ele alimenta a construção do amor, depois dele ter nascido e até um infinito distante. Dizer que o filme retrata uma história de amor é dizer muito pouco, é mais que isso... é um exemplo de vivência humana. Direcciona-se para o passo seguinte depois do amor estar estabelecido, para lá da muralha que é a construção a dois.

Em termos muito pragmáticos, o filme versa sobre como se mantém um amor que já não é possível fisicamente, ou melhor, depois de um amor intenso, único e que por vezes não se dá a sua devida importância, o que acontece quando já não é possível? Este filme levamos para uma mítica discussão que é a de saber: para se amar é essencial estar fisicamente presente? Respondo: não. E falo por experiência própria. É possível amar-se alguém que não está connosco, porque a arte de saber amar é saber estar perto quando se está longe... é o que alimenta a chama, e o sentimento de carinho. É verdade que no filme falamos de uma perspectiva diferente que é de não estar fisicamente presente nenhuma vez mais. Suponho que seja impossível esquecer cada sentimento de um dia para o outro, mesmo não tendo a outra pessoa para alimentar esse amor, mas onde o filme se torna especial é neste ponto: "nunca mais estará presente fisicamente, mas o amor continuará a ser alimentado..." Alimentado por aquilo que Álvaro Campos dizia: "Todas as cartas de amor são ridículas. E não seriam cartas de amor se não fossem ridículas..." Este filme encaminha-nos para uma outra visão das coisas: damos verdadeiramente valor ao que é importante para nós? sabemos tomar as opções certas no momento certo? Muitas são as vezes em que não damos valor ao que é importante para nós e só nos lembramos quando acordamos com um vazio no peito e depois recordamos as oportunidades perdidas, os momentos tristes por coisas sem significado, e concluímos que nos esquecemos de dizer "Amo-te. És a coisa mais importante para mim na vida.." porque se estava menos bem, e mal nos apercebemos que aquela era a última oportunidade...

Este filme ensina outra coisa: no nosso coração ninguém manda e, por vezes, muito menos mandamos nós próprios... pedirem-nos para seguirmos em frente e esquecermos o nosso grande amor é, simplesmente, uma tarefa impossível para quem ama verdadeiramente...

É daqueles filmes obrigatórios de se ver. Eu diria que não é extremamente lamechas, mas sim extremamente puro. Eu revi-me em várias coisas e acções... aquelas coisas que só nós compreendemos o seu significado. É romântico, muito romântico... onde vive a surpresa e a presença... Entrou para o lote dos meus filmes preferidos, é mais um daqueles que quero ver, uma, duas, três vezes mais... as que forem precisas para memorizar falas, cenas e captar sentimentos que muitas vezes passam-nos ao lado na primeira vez que vemos... É um doce, um simples doce...


"It's to tell you how much you move me, how you changed me. You made me a man, by loving me . And for that, I am eternally grateful... literally. If you can promise me anything, promise me that whenever you're sad, or unsure, or you lose complete faith, that you'll try to see yourself through my eyes. Thank you for the honor of being my wife. I'm a man with no regrets. How lucky am I. You made my life. But I'm just one chapter in yours. There'll be more. I promise."
P.S. I will always love you...

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

P.S. I Love You...!

"Anda, meus braços te esperam... desejam envolver-te num abraço profundo, interminável, para além do infinito. Sentir que me amas é das sensações mais completas da vida. Sentir que me desejas ter é dos momentos mais indescritíveis da minha alma. Anda, deixa-te levar... deixemo-nos embalar os dois pela melodia do amor que encanta os nossos ouvidos e preenche o nosso espírito."

Hoje conquistei uma certeza. Mesmo distantes conseguimos proporcionar momentos felizes. Muito felizes. A cada dia o sentimento intensifica-se.. a saudade em nós fortalece a consciência do amor. Sabes, é tão bom quando me surpreendes... como hoje. O meu maior desafio de sempre será tentar retribuir o que me dás... que é tanto, meu amor, mas tanto.

"Levantei-me... deixei sobre a mesa todas as cartas que recebi dela. Caminhei para a porta com a ideia inabalável de que seria hoje, de hoje não passaria, hoje vou senti-la nos meus braços, hoje vou sentir em cada centímetro do nosso corpo a intensidade do nosso amor, hoje vou tê-la e vou ser feliz."

A nossa vida é composta por muitos actos, muitos acontecimentos, muitos estados de espírito diferentes. Mas hoje quando for para a cama, vou sentir cada vez maior o sentimento de que: o acto mais importante da minha vida é amar-te; o acontecimento mais marcante da minha vida foi conhecer-te e será ter-te; o meu estado de espírito é uma simbiose de felicidade intrínseca ao nosso corpo e um desejo de te dar um pouco mais de carinho colado ao meu coração...

'Nunca saberei como será viver sem ter o teu sorriso por cada cantinho da minha vida...'

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Sonhas comigo?

É assim que te imagino meu amor. Todas as vezes que desligamos o telefone depois de falarmos, imagino-te assim. Deitada sobre uma cama fria como a minha, onde falta o calor do corpo um do outro... A partir deste momento, não nos falamos, mas pensamos e vivemos o momento como se tivéssemos juntos. Pensas em mim e eu penso em ti. Comunicamos ao mesmo tempo, sentimos o que o outro está a sentir...

Antes de ti, nunca tive nada. Nem uma única e simples forma de carinho. Hoje que te tenho caminho em tua direcção, por muito que o caminho seja longo, nunca desistirei. Estamos longe é certo. A distância pode ser como uma muralha impeditiva de intensificar a paixão. Se é um verdadeiro problema? Direi que às vezes, só às vezes... quando a saudade aperta, sem qualquer tipo de aviso prévio, e o coração brota lágrimas... puras e simples lágrimas. Se vai ser por causa dela que não seremos felizes? Claro que não, meu amor... Lembra-te: a felicidade e o verdadeiro amor está quando conseguimos estar juntos e suficientemente perto um do outro, quando fisicamente estamos a milhares de quilómetros de distância... Esperei anos da minha vida por um verdadeiro amor, e espero mais o tempo que for preciso para te ter comigo...

Em toda a minha vida sempre tive dois critérios na minha mente para saber quando estaria a amar alguém. O primeiro seria: ter orgulho na pessoa que estava apaixonado. Hoje, posso dizer com toda a certeza... tenho muito orgulho em ti, minha princesa. O segundo seria: descobrimos que estamos a amar alguém quando esse alguém não é uma pura e simples pessoa que está connosco, mas sim o começamos a ver como a pessoa que queremos constituir família. Hoje, posso dizer, sempre sonhei casar-me e ter filhos... e para mim, isso só terá o significado que sonho se for contigo. Quando encontramos o amor, tornamo-nos lamechas, eu já o era um pouco antes, mas confesso sou o dobro agora, mas também confesso que o sou muito por tua causa ter-te é a melhor inspiração que poderia ter na vida...

"Caminhávamos juntos pelo jardim da nossa vida, vivíamos cada momento como se fosse o último, apesar de sabermos que viria mais e mais momentos como aqueles. Íamos de mãos dadas, a minha mão direita sobre a tua mão esquerda, por vezes juntávamo-nos mais um pouco e sorriamos um para o outro. Era um daqueles momentos em que um olhar vale mais que mil palavras e em que um beijo nos teus lábios vale mais do que mil pedidos de desculpas..."

'Vou sonhar contigo...e tu sonhas comigo?'

sábado, 8 de novembro de 2008

Mais perto...

"Só para dizer
que te amo,
nem sempre encontro
o melhor termo,
nem sempre escolho o melhor modo.

Devia ser como no cinema,
a lingua inglesa
fica sempre bem
e nunca atraiçoa ninguém.

O teu mundo
está tão perto do meu,
e o que digo está tão longe
como o mar esta do céu.

Por isso esta noite
fiz esta canção
para resolver o meu problema de expressao.

Pra ficar mais perto
Bem mais perto
Fica mais perto
Bem mais perto"

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Aquele leve, leve toque...


Talvez não ser é ser sem que tu sejas,
sem que vás cortando o meio-dia
como uma flor azul, sem que caminhes
mais tarde pela névoa e pelos tijolos,

sem essa luz que levas na mão
que talvez outros não verão dourada,
que talvez ninguém soube que crescia
como a origem vermelha da rosa,

sem que sejas, enfim, sem que viesses
brusca, incitante, conhecer a minha vida,
rajada de roseira, trigo do vento,

e desde então sou porque tu és,
e desde então és, sou e somos,
e por amor serei, serás, seremos.


Pablo Neruda

Um pedaço de algo leve...


O IMPORTANTE


Quando te procurei
Estaria por acaso a verdade à minha espera?
O amor ocorre num espaço flutuante
Num exíguo lugar-nenhum
E o sonho é matéria incerta
Mestre na arte da fuga.

Ana Hatherly, in "A Neo-Penélope"

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Crónica


"Aprendi a nunca pedir que me amasses e a nunca cobrar a distância. Aprendi novas formas de viver e de estar, de amar e de ser feliz... (... )
Sei que também aprendeste muito comigo, mais do que imaginas e do que agora consegues alcançar. Só o tempo te vai dar tudo o que de mim guardaste, esse tempo que é uma caixa que se abre ao contrário: de um lado estás tu, e do outro estou eu, a ver-te sem te poder tocar, a abraçar-te todas as noites antes de adormeceres e a cada manhã que acordares.
Não sei quando te voltarei a ver ou a ter notícias tuas, mas sabes uma coisa? Já não me importo, porque sempre soube que ia ser assim. Guardei-te no meu coração antes de partires. Numa noite perfeita entre tantas outras, liguei o meu coração ao teu com um fio invisível e troquei uma parte da tua alma com a minha, enquanto dormias.
Não acordaste, nunca acordavas, o teu sono embalava-me e eu sentia-me uma semente debaixo da terra a crescer em silêncio para a felicidade. E não pode haver amor mais certo do que aquele que nos faz felizes. É só deixar correr, como, afinal, tudo o que é verdadeiramente importante na vida."

de Margarida Rebelo Pinto
in Vou Contar-te um Segredo

domingo, 2 de novembro de 2008

Agarra-me, prende-me e não vás sem mim...


Caminho em busca da pérola encantada. Pergunto-me se a mereço e se serei suficientemente capaz de a fazer feliz. Respiro e repito para mim mesmo as palavras que me disseste. Aquelas palavras onde me dizias que o teu coração é meu, e que todas as felicidades possíveis de se viver só seriam vividas se estivesse ao teu lado.

Expiro. Fecho os olhos. Caminho em frente. Sem parar. Acelero uma, duas, três vezes... A sede que tenho da tua boca, o desejo que tenho do teu abraço, a saudade que tenho da pérola encantada que é o teu coração, não é mais do que o encadeamento de esferas iluminadas que caminham desde o alto monte até ao mais profundo do meu coração. É pura e simplesmente amar-te perdidamente, continuadamente, com vista ao infinito.

O fim do caminho está ainda longe. Mas possível. O eterno amor rege-se pelos ideais do conforto e do carinho. Repito para mim as minhas próprias palavras: amor não é estar perto quando se está perto, amor é saber-se estar perto, quando se está longe. A distancia fortalece o amor e estimula a saudade. Saudade essa que um dia será desfeita com um beijo atrás de outro beijo, e outro, e outro, e outro...


"I close my eyes, and I dream of my butterfly

coming down to rescue me...

She's my butterfly

She's my butterfly"

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Dois...Apenas Dois... Eternamente dois apenas.


Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias.

Cada momento sem ti é uma ebulição de particulas de conduzem ao puro e simples sentimento. Sentimento este que se transforma como uma montanha russa, umas vezes está lá em cima a racionalizar cada segundo e afirmando que tudo corre bem e que o caminho é sempre em frente, outras está cá em baixo, a parte psicológica, a saudade, o anseio, a vontade de te encontrar e não o conseguir, a vontade de te ter e apenas te ver partir...

Recorda o álbum que criámos a cada dia e que hoje quase que o completamos, esfolheia cada momento teu, meu, nosso. Vive e não desesperes pelo passado. O passado já foi escrito, agora preocupa-te com o presente. Com o hoje e, mais tarde, com o amanhã, e não com o ontem. Qual a definição do mundo? Tu completas a tua e a minha vida. Nem hoje nem nunca é dia de desistir, lança as cartas e joga. Saberás sempre que serei sempre o resultado do teu jogo...

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes! e eu acreditava. Acreditava, porque ao teu lado todas as coisas eram possíveis.

Se há coisas que marcarão para sempre o meu futuro e a minha vida, essas coisas são as que associo a ti. Os nossos momentos, os nossos segundos, as nossas conversas, as nossas cúmplicidades, cada instante é intenso... como se fosse o último...

"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis..."
(Fernando Pessoa)

sábado, 25 de outubro de 2008

Entre os meus dedos te tive...

"És capaz de parar quieta?"
"Mas o que foi chato?"
"Pára com as pernas por favor, deixa-te estar bem juntinha a mim deixas?"

Podia dizer que era tão belo o sol que lá bem no alto raiava; podia dizer, inclusive, que o ar vindo daquele parque era diferente de todos os outros, a relva, as árvores tornavam-no mais leve; podia dizer que o céu era uma espécie de fortaleza encantada de encantos perdidos; mas não o digo. Não o digo porque não é o sol, o ar ou o céu que me atrai. És tu, menina do sorriso eterno.

"Dás-me um beijinho?"
"Ai sim? Tens saudades dos meus magníficos lábios?"
"Tenho sim...convencido!"


A tarde passou-se assim. Tu encostada sobre o meu peito. Meus braços não te largaram. Meu nariz não largou o cheiro dos teus cabelos. E a minha boca... essa não largou o teu pescoço, e muito menos a tua boca. Procurámos pelos vários minutos que se seguiram a felicidade do momento e quisemos ficar ali a tarde toda, não porque estávamos juntos ou porque o ambiente era único, mas simplesmente porque estávamos felizes, numa eterna simbiose de cumplicidade e amor...


"Prometes sonhar comigo esta noite?"
"Prometo. Esta e todas as noites."
"Fico feliz..."

Quando o sol se pôs, soou a campainha de partida. A preguiça invadiu cada movimento nosso, excepto o coração que tinha sede de amor. Sair dali significava o fim de mais um passeio contigo. Saímos com a minha mão no teu ombro e a tua no bolso de trás das minhas calças. Sorríamos, porque sair dali não era tão mal como pensávamos...


"Amas-me?"
"Sempre..."

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Chega-te um pouco mais, deixa-me aquecer-te...

Não houve inverno como aquele. O nosso primeiro inverno juntos. Passeámos pela neve, horas a fio. Procurámos cumplicidade nos nossos movimentos. Procurámos amor no nosso cantinho. Facilmente encontrámos tudo o que precisávamos para ser um pouco felizes ali mesmo. Corremos. Saltámos. Arremessámos bolas de neve um ao outro. Parecíamos duas crianças que brincavam um pouco na neve. O mais bonito de tudo foram os nossos sorrisos... brilhantes, e capazes de serem ouvidos a milhas de distancia. Foi um momento só nosso.

"Tenho tanto frio..."-disseste tu. Estávamos deitados sobre a neve de mãos dadas. Rapidamente nos levantámos e tratamos de tudo para ir embora. Mas antes, apertei as tuas mãos juntos das minhas, enquanto isso via as tuas bochechas rosadinhas: beijei-as, estavam geladas. E depois o teu nariz, igualmente gelado. Enquanto fechavas os olhos ao receberes os meus beijos, ajeitei ainda mais o cachecol. "vá anda aquece-me esse pescoço, senão vou ter de fazê-lo aos beijinhos". Sorriste. Aproveitei e dei-te um beijo na testa. Abracei-te, disse que te amo, e saímos dali.

"You still live in me
I feel you in the wind
You guide me constantly "

domingo, 19 de outubro de 2008

É para sempre.!


Dia após dia, duas certezas se consolidam: o sentimento de amor não pára de crescer e não estou preparado para perder-te. Não estou preparado para que me deixes só, comigo e os meus pensamentos vazios. Não estou preparado nem um pouco, para viver o dia a dia e aceitar que é natural não te ter. Essencialmente não me vejo com tacto para me levantar, me ver ao espelho e acreditar que tudo tem um princípio e tem um final.

Não estou preparado para me deitar na cama e não te ter, apenas te recordar. Mais do que isso, não haveria preparação possível, para não te poder falar, olhar, sentir... Não quero sentir o momento em que não te posso abraçar e em que não me abraces, como hoje. Não quero pura e simplesmente caminhar pela rua fora sem sentir a tua mão junto da minha e perguntar-me o porquê de não a sentir.

Não estou preparado para não dormir assim, a teu lado, sentindo o calor do teu corpo ali bem perto e a tua voz no meu ouvido. Não estou hoje, nem nunca estarei.

Preciso de ti e do que significas. Há um lugar que é só teu. Há uma porta que só atravessaste. Há um espaço na nossa cama que só tu podes preencher...

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Vens dormir comigo esta noite?


Eram 4 da manhã. Acordava uma vez mais durante a noite. Um hábito nos tempos recentes. Mesmo antes de abrir os olhos, já tocava com a minha mão esquerda no teu lado da cama. Depois de os abrir, contastava a triste realidade que tanto me doía: estava só, sem ti, na nossa cama. Senti-me triste. Preferia dormir sem acordar só para não poder ver que lá não estavas. Um maior vazio do que acordar pela manhã e sentir que lá não estás, é acordar durante a noite e sentir que estamos deitados numa ponte sem protecção. E não estamos deitados na imensa relva a olhar para cima, a ver o céu e a cheirar as imensas flores do ambiente, enquanto as nossas mãos se tocam como uma melodia saída de um piano...

Posso ter saudades de muita coisa, de muitas palavras, actos, toques, mas nada é superior à saudade que sinto das noites em que dormíamos juntos. Aquele desejo ao acordar durante a noite e poder beijar o teu pescoço. Aquele sentimento de te poder abraçar, sentir o teu corpo e adormecer invadido pelo encanto do teu cheiro. Ali sabia que existia magia.

Eram 6 da manhã. Finalmente, adormecia. Apenas o fazia porque estavas à minha espera nos meus sonhos... e lá, posso ter-te, quando e como quiser.

domingo, 12 de outubro de 2008

Hoje, desencontro. Amanhã, unidos.

"Sonhei que te tinha, durante horas a fio. Sonhei que era o principe que te resgatava do teu palácio para te oferecer um lugar bem melhor e fascinante no castelo que tu e eu juntamente construiremos na nossa vida..."

Naquela manhã, levantei-me contra a minha própria vontade. O sentimento de te ter nos meus sonhos era bem maior do que a emoção de te sentir fugir na minha realidade. É um conflito de casualidades, é uma bola de neve de circunstancias atípicas causadas pela distância. Pergunto-me a mim próprio até que ponto consegues te dispor a sofrer para ficares comigo para sempre.

Abro a janela e vejo o mar. Sei que do outro lado do rio me esperas. Procuro por uma ponte que possa atravessar. Não a acho. Desejava saber caminhar sobre as águas ou apenas saber voar, para ir ao teu encontro. A extensão do rio é incalculável. Eu bem sei que é um oceano, mas rio soa a algo menos doloroso e impossível. Fecho as cortinas. Seria capaz de ficar horas a imaginar-te do outro lado de lá a minha espera. Mas não, não é isso que desejas.

Visto-me. Já se faz tarde. Antes de sair, volto uma vez mais a janela. Olho para o mar. Procuro no horizonte qualquer sinal do teu sorriso. Nada. Aperto o botão que falta da camisa. Ajeito o casaco. Volto a olhar para o horizonte. Começo a sentir um vazio ainda maior do que o que tinha quando acordei. Ao fundo, nos meus pensamentos, o telefone toca. Não foi preciso dizer mais nada: "Sabes que te amo não sabes?"

domingo, 5 de outubro de 2008

Uma balada nos nossos corações.


Vem vamos dançar. Deixa-me sentir o teu corpo junto ao meu, por uns minutos. Deixa-me sentir o prazer de colocar a minha mão direita nas tuas costas, sentir a tua mão esquerda no meu braço, e juntos unirmos as nossas outras duas mãos. Bailemos um pouco. A música ao fundo é a nossa música, à nossa volta não existe ninguém senão nós mesmos. Vivemos o momento como se estivéssemos dentro de uma bolha de ar, impossível de lá entrar. Os nossos olhos não se largam, evitamos o beijo por sabemos que acabava ali a dança.

Não demora muito para que os nossos corpos se juntem um pouco mais... desta vez, num abraço. Os teus braços a enrolarem-me, a minha mão esquerda sobre ti, e a direita no teu pescoço enquanto te beijo. Ao som da música, as nossas línguas se tocaram. Dei por mim a fechar os olhos e a puxar-te um pouco para mais perto. Sentia o cheiro do corpo. Desejámos que aquele momento não acabasse nunca. Era como tínhamos sonhado.

As nossas bocas se largarem, os nossos olhos se abriram, as mãos não se deslocaram um centímetro. Por momentos, pensámos que o mundo era perfeito. Ao fundo, uma voz nos interrompia: "Está na hora de partir o bolo!"- disse alguém. Aquele momento era o nosso casamento...

Depois daquele dia, tive tudo o que sonhava: "no quarto uma mulher que me ama, na sala uma família feliz e no coração o amor da minha vida."

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Porque há momentos em que sentir os pés na água é como estar no paraíso...

Ao longe, sentado nas rochas, vi-te caminhar em direcção à água. Tive vontade de te seguir, mas o medo de te magoar deixou-me pregado ali mesmo. Com os cotovelos apoiados nas pernas e as mãos a segurar a cabeça, fiquei a observar-te. Pensei em como seria estar ao teu lado quando juntos mergulhássemos no mesmo paraíso, de mãos dadas, mas o que mais me invadiu a mente foi o pensamento de como seria abraçar-te dentro de água...

Assim que saíste esbocei um sorriso. Estavas a ajeitar o cabelo. Fico maravilhado quando vejo os teus caracóis, lembro-me sempre das noites a fio em que fiquei a cheirar o teu cabelo enquanto dormias.. Sim, meu amor, as mesmas noites em que te queixavas que não te deixava dormir porque não paráva de te tocar.
Quando te sentaste na areia, procurando algo no horizonte, não resisti. Pus-me de pé. Fui até ti. Pelo caminho pensei em várias formas de te abordar, pensei, por exemplo, se deveria te tocar... Recuei várias vezes, mas acabei por seguir as tuas pegadas na areia.

Quando cheguei perto, senti as minhas mãos vazias. Respirei fundo. Dei um passo em frente. Preparava-me para abrir a boca e dizer-te algo que me desculpasse, soaram as tuas palavras: " Cala-te e diz que me amas anda lá.."

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Spending The Holidays With You

Era um dia chuvoso. E frio. Chegavas hoje, não pensava em mais nada. O meu coração sentia-se desesperado por estar à tanto tempo só. O meu corpo estava gelado, o nervosismo do teu amor apoderava-se de mim. Levantei-me num suspiro e esperei por ti num sussurro. Repetidamente observava-me na esperança de encontrar algo que não se adequasse ao momento. O medo de te desiludir tornava-me incontrolável. Numa das mãos tinha um ramo de flores, lírios brancos, no seu centro um bilhete que demorara a noite toda a encontrar o que escrever; na outra mão, tinha esperança. A esperança de te envolver num abraço e poder dizer que és minha.

Passaram horas, o meu coração explodia de ansiedade. Vi algo. Perguntei-me se já estava a alucinar. Não, não estava. Caminhavas de forma a olhar para todos os sítios, na esperança de encontrar algo. Não me viste. Agarrei o ramo de flores com maior convicção, coloquei-os atrás das costas. E caminhei para ti. Não me contive em chamar o teu nome a meio caminho... foi o meu coração que o fez. Tinha os olhos húmidos, afinal de contas tinha o meu futuro à minha frente. Quando me viste, caminhaste em minha direcção os dois primeiros passos, depois correste... Quando te tive nos meus braços naqueles segundos, não controlei a emoção, respirei fundo diversas vezes, deixei que se caíssem as lágrimas que contive todo este tempo com saudades tuas... Pela primeira vez, te dizia "amo-te", olhos nos olhos... As tuas bochechas estavam rosadinhas, os teus olhos como os meus, os nossos corpos inseparáveis.

Passámos os dois dias seguintes assim. Sentindo a posse de um abraço, a felicidade de um beijo, e o controlo sobre o corpo do outro... Até certa altura, foi sempre assim, a espaços. Depois, foi sempre assim, para toda a vida...


« Oh when you're cold

I'll be there

Hold you tight to me »

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Se por acaso me vires por aí...

Sigo por ali fora. Numa caminhada em busca do desejo incessante de te ter. Sigo por um caminho sem rumo, um caminho que não me levará a lugar nenhum, a não ser os teus braços. Enquanto conduzo os meus pés sobre as pedras, penso se viverás sempre tudo isto com a mesma intensidade. A minha vozinha na cabeça diz que sim. Fico feliz por isso. Pergunto-me se uma ilha cheia de fantasia encantada e felicidades eternas chegará para te ter. E se é o suficiente para te colocar neste caminho...onde te procuro.

Avanço um pé. E depois outro. Paro um pouco. A pulsação aumenta. Estás ali tão perto. Sinto-o. De repente um barulho à minha esquerda assusta-me. "É só um pássaro" pensei. Fechei um pouco os olhos. Senti um arrepio...pegaste-me no braço, e perguntaste: "Então, sou aquilo que imaginaste todo este tempo?". Dei-lhe um beijo como resposta.

Desde então, só me lembro do cheiro do seu cabelo e do seu pescoço. Sinto falta dela todas as noites. As mesmas noites que sei que a tenho para toda a vida...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

I guess I'll try again tomorrow...


Abri a janela. De imediato senti-me invadido pela brisa da manhã e por um raio de sol. Pensei que ambos me podiam ajudar a esquecer a tristeza que senti. Acordei sem ti ao meu lado. Abri os olhos e a tua parte estava vazia. Quis regressar ao sonho, um sonho onde te tinha. Não consegui. Senti-me inutil e com um vazio enorme. Procurei entre as gavetas as cartas que recebi de ti em tempos, deitei-me e passei as horas seguintes a ler cada uma... Recordei sílabas olimpicas que me marcaram, mas o que mais me ficou alojado no coração, foi o mergulho de amor que me fizeste sentir. Se pudesse ser poeta, diria que as tuas cartas são o meu palácio encantado e que o teu amor é o meu castelo. Mas não o sou. Sem ti não o sou.

Arrumei as cartas. E fui ao banho acompanhado pela saudade. Quando regressei, um bilhete estava sobre a tua almofada. Fiquei desiludido quando descobri que era o mesmo bilhete que escrevia todas as noites e que colocava na tua almofada esperando que ouvisses o meu segredo: "não partas nunca mais..."


"Touch my mouth with your hands..."

domingo, 21 de setembro de 2008

É um domingo às avessas...


Entrei em casa e procurei-te. As paredes estavam silenciosas, o corredores vazios, não havia um movimento, nem uma palavra, não deixaste um recado. Procurei-te pelos vários espaços, revi as portas abertas, não te encontrei. Entrei na sala e parei junto à lareira a observar um dos nossos retratos. Aquele que tirámos em Paris, na noite que te pedi em casamento. Recordo o quanto bela estavas, o linda que és... expulso uma lágrima quando olho ao espelho e sinto saudades daquele tempo contigo.

Olho em volta, sinto o teu cheiro... dá-me uma ânsia tremenda de te sentir. Grito por ti. Não respondes. Vou ao nosso quarto. Aconchego-me à tua almofada. Penso que estás ali. Mas não estás. Quando me preparo para sair, sinto o rodar da chave. Voltaste. E eu voltei a ser feliz.

'Tenho saudades'

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

E eu sinto que num meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz...


Anda, vem comigo. Sentemo-nos os dois. Escuta o meu coração. Consegues ouvir o que ele te diz? Eu sei que sim. Será assim para sempre. Todos os dias em que te sentires derrotada, desmotivada, com uma angústia enorme no peito, lembra-te que podes contar comigo. Deixa que a tua alma me abrace, mergulha comigo e deixa flutuar todos os nossos sonhos no mais íntimo de nós. São a nossa vida. Olha para mim, consegues ver o brilhozinho? És tu. Vem, vamos descobrir o nosso mundo, o que dá cor à nossa vida, o sorriso dos nossos dias e o aperto profundo das nossas noites. Ás vezes, a saudade faz com que a noite aparece perdida mas, tu e eu, juntos, sabemos como atravessar a escuridão: apenas tens de ficar perto de mim, dormir no meu abraço e sentir o toque dos meus lábios no teu pescoço depois de sussurrarem o quanto te amo.

Hoje recuperamos os momentos vividos e vamos ser cúmplices o resto da nossa vida, e para além dela. Depois de um dia cansado, vou esperar que chegues e vou sentir que mesmo depois de um dia frio existem lugares para fugir. Contigo, tudo parece tão fácil...

'Sabes que te amo não sabes?'

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

A flor que és

A flor que és, não a que dás, eu quero.
Porque me negas o que te não peço.
Tempo há para negares
Depois de teres dado.
Flor, sê-me flor!
Se te colher avaro
A mão da infausta esfinge, tu perere
Sombra errarás absurda,
Buscando o que não deste..

Ricardo Reis

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Bad Books Don't Exist IV


"Quando pela primeira vez contemplam juntos a lua cheia, John e Savannah sentem-se invadidos pela força inequívoca de um amor nascente, pela percepção de um futuro que acaba de ganhar forma e sentido nos seus corações jovens e expectantes. Nunca a lua lhes pareceu tão bela, nem o mundo um local tão pródigo em promessas. Mas a realidade não tarda a impor-se, precipitando uma vaga de acontecimentos que os coloca perante encruzilhadas de vida brutais. As longas separações a que a carreira militar de Jonh - destacado na Alemanha - os obrigou e o peso quase insuportável da saudade impelem Savannah a tomar uma decisão difícil que irá mudar os seus destinos para sempre, mas não o que sentem um pelo outro... No entanto, será a Jonh que caberá a mais amarga de todas as decisões, aquela que ditará os seus futuros de uma forma irrevogável. Mas por mais dolorosa que seja, a escolha certa torna-se sempre nítida quando é o amor genuíno que nos inspira, quando sabemos o que significa amar verdadeiramente alguém..."


Juntos Ao Luar, Nicholas Sparks

Eu luminoso não sou

Eu luminoso não sou. Nem sei que haja
Um poço mais remoto, e habitado
De cegas criaturas, de histórias e assombros.
Se, no fundo poço, que é o mundo
Secreto e intratável das águas interiores,
Uma roda de céu ondulando se alarga,
Digamos que é o mar: como o rápido canto
Ou apenas o eco, desenha no vazio irrespirável
O movimento de asas. O musgo é um silêncio,
E as cobras-d'água dobram rugas no céu,
Enquanto, devagar, as aves se recolhem.



(in PROVAVELMENTE ALEGRIA, José Saramago, Lisboa, 1985, 3ª Edição)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

E eu não sei quem te perdeu...




Quando veio,
Mostrou-me as mãos vazias,
As mãos como os meus dias,
Tão leves e banais.
E pediu-me
Que lhe levasse o medo,
Eu disse-lhe um segredo:
«Não partas nunca mais»

E dancou,
Rodou no chão molhado,
Num beijo apertado
De barco contra o cais.

E uma asa voa
A cada beijo teu,
Esta noite
Sou dono do céu,
E eu nao sei quem te perdeu.

Abracou-me
Como se abraca o tempo,
A vida num momento
Em gestos nunca iguais.
E parou,
Cantou contra o meu peito,
Num beijo imperfeito
Roubado nos umbrais.

E partiu,
Sem me dizer o nome,
Levando-me o perfume
De tantas noites mais.

E uma asa voa
A cada beijo teu,
Esta noite
Sou dono do céu,
E eu não sei quem te perdeu.

--

Porque há momentos que nos sentimos a flutuar na água, à espera de salvamento. Porque há momentos que a realidade é dura de mais, quando tudo é para sempre.. Porque há apenas aqueles momentos em que as mãos não estão vazias, e sofremos. Porque há momentos em que não há solução a não ser esquecer...

sábado, 13 de setembro de 2008

Eu nunca deixarei de te amar...


As estrelas fazem-se mais belas,
As ondas do mar mais sensíveis e leves,
O mundo parece girar docemente ,
Só porque ela está lá
Espargindo sua magia.

Não há como deixar de amá-la,
Ainda que eu quisesse,
Ainda que implorasse pra mim mesmo,
Ela é o infinito do amor mais bonito.

É o vento, a canção, o luar, o mel que dá sabor a vida,
Eu nunca deixarei de te amar.
Eu nunca deixarei de te amar.
Se o mar se juntar com a terra e acabar
Ainda assim não deixarei te amar.

Se os ventos da vida trouxerem
Dias turvos com amargo negror
Eu nunca deixarei de amar-te.
Te amarei com mais terno fervor
Pollyana é o amor personificado
É o céu ao meu lado,
É a mais suave canção.
Eu nunca deixarei de te amar
Eu nunca deixarei de te amar
Pode o mundo acabar
Pode a lua falhar
Mas eu nunca deixarei de te amar.

Radyr Gonçalves

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Só pra dizer que te amo...


Antes de amar-te, amor, nada era meu
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.

--

Já és minha. Repousa com teu sonho em meu sonho.
Amor, dor, trabalhos, devem dormir agora.
Gira a noite sobra suas invisíveis rodas
e junto a mim és pura como âmbar dormido.
Nenhuma mais, amor, dormirá com meus sonhos.
Irás, iremos juntos pelas águas do tempo.
Nenhuma mais viajará pela sombra comigo,
só tu, sempre-viva, sempre sol, sempre lua.
Já tuas mãos abriram os punhos delicados
e deixaram cair suaves sinais sem rumo,
teus olhos se fecharam como duas asas cinzas.
Enquanto eu sigo a água que levas e me leva:
a noite, o mundo, o vento enovelam seu destino,
e já não sou sem ti senão apenas teu sonho.

Pablo Neruda

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Aquele momento...


Sempre existe no mundo uma pessoa
que espera a outra, seja no meio do deserto,
seja no meio das grandes cidades.

E quando estas pessoas se cruzam ,
e seus olhos se encontram,
todo o passado e todo o futuro perde
qualquer importância,
e só existe aquele momento.

Paulo Coelho

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Há momentos de ternura que não são mais do que saudade...

Porque és o meu anjo...LY*

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Um pequeno excerto...

Eu não digo nada.
As palavras tropeçam no buraco do nada.
Só aditamentos.

Um longo colóquio sobre educação
que acabou sem chegar
a uma conclusão.

Segundo as últimas notícias.
Tal como aquando do fim foi proclamado
e logo desmentido.

À última hora tentaram
alguns exemplares da espécie humana
começar do princípio.

Algures, em saldos de fim de estação,
deve ter havido ocasião
para a esperança.

Para encerrar
falava-se do Bem e do Mal:
essas coisas não existem.

No entanto, se...
ou quando muito Deus,
com as suas respostas dilatórias.

Aquirida
é a resolução de se adiar tudo
para a próxima vez.

Pensámos que era uma piada
quando de repente
nos passou a vontade de rir.

O certo é que globalmente
depois disso
já ninguém tinha fome.

Porém, no fim, muitas pessoas
gostariam de ter mais uma
vez ouvido Mozart.

A Ratazana, de Gunter Grass

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Uma Escolha Por Amor.


Há livros que nos marcam. E esses livros são aqueles que mais perto chegam do nosso coração, são aqueles que por mais que não queiramos ficamos nostálgicos, e a colocar questões: "se fosse a mim que acontecesse...", "oh e se eu pudesse"... no fundo, são aqueles livros que nos acordam para o mundo e para o que realmente pode acontecer.


Neste contexto, Nicholas Sparks oferece-nos sempre, mas sempre, várias interrogações sobre o amor. Por exemplo, em Palavras que nunca te direi, coloca-nos a questão de até que ponto nos podemos apaixonar por palavras, é um início surreal?; em Momento Inesquecível, pergunta-nos: o que farias para transformar a vida curta do teu grande amor melhor?; já em Alquimia do Amor, a questão é diferente: o amor tem idade?; Juntos ao Luar, falamos mais sobre a alma do amor... que nem sempre corresponde a estar junto um do outro. Uma Escolha por Amor, revela-se algo tremendamente tocante... a questão central é: Até onde é que devemos ir em nome do amor?...

Depois o ler, ganhei uma nova visão da vida e do amor... Compreendi especialmente que por vezes, o mais complicado não é encontrar um grande amor, mas sim manter esse grande amor. Nem sempre por culpa nossa, por vezes factores exteriores originam rupturas de contactos... conseguir lidar com isso é complicado. O que mais me tocou foi a imprevisibilidade, até certa altura a escolha a ser feita é uma, depois passa a ser outra mais complicada e é essa parte que transforma o livro em algo de magnifico.

Este livro fala-nos de esperança, de coragem e orgulho. Este vai ficar marcado para sempre. É uma lição de vida, especialmente para quem tem durante anos pessoas querias doentes, vivas, mas que nao tomam as próprias decisões. Fala-nos sobre a escolha a fazer quando tudo parece perdido, está ali, tocamos...mas não sente. Fala-nos sobre o que é viver casos de coma. Gostei. Tocou-me. Ficará guardado para a eternidade.

"As histórias são tão singulares quanto as pessoas que as contam, sendo certo que as melhores são aquelas em que o fim constitui uma surpresa."

domingo, 31 de agosto de 2008

Por vezes, tal como desta vez, o regresso é feito recordando aquele pedaço de cena, que permanece num quarto da nossa mente...


Sou feito de sentimentos, emoções, de luz, de amor.
Sou a voz que ouves quando pedes um conselho,
Sou quem te toma nos braços quando necessitas,
talvez, agora, enquanto lês essas palavras, eu esteja aí, ao teu lado,
a olhar dentro dos teus olhos como quem quisesse enxergar
o que teu coração demonstra,
mais tarde... à noite, quando te deitas...
sou quem nina seus sonhos sentado ao teu lado
à espera que adormeças... dizendo que tudo vai ficar bem.

Se ao menos me pudesses perceber,
se notasses o que sinto ao teu lado...
basta quereres,
basta por alguns instantes esquecer teus problemas,
fechar os olhos, como se nada mais existisse,
deixe-me chegar perto de ti... abraçar-te...
sente o meu coração bater ao compasso do teu...
sente que não estás sozinha, nunca estiveste!
Apenas esqueceste de olhar mais com os olhos do teu coração...
então abre os olhos... vê os meus... conhece-me.

Quem sou eu pra pedir para que me notes?
Apenas um anjo que se deixa levar pelas suas emoções,
que desconhece o que é errado... se entrega, se rende...
vagando por estrelas, nuvens, pelo céu escuro da noite...
olhando pelos outros, despertando amores, anseios,
paz nas almas que fraquejam,
sentado ali de cima a olhar-te...
observando-te... deixando, às vezes, uma lágrima cair
e se fazer uma gota de sereno que te toca os lábios...
lágrima essa por não poder nada mais que apenas te ver...
sentir sem poder tocar.

Manifestando através de pequenas coisas,
como um sorriso sincero nos lábios de alguém que tu não conheces,
o toque de uma criança a fazer-te carinho,
palavras escritas nas páginas de um livro que te chamam atenção,
palavras que mexem e emocionam o coração ditas do nada,
como um sussurro no teu ouvido...
e se um dia uma brisa leve e suave tocar no teu rosto,
não tenhas medo,
é apenas minha saudade que te beija em silêncio.

Os humanos têm um hábito muito peculiar
de julgar seus semelhantes pela sua aparência,
de rotular pessoas, as quais nunca viram...
apenas pelo modo como ela se apresenta...
porém, consigo ver dentro de cada um o que realmente são...
e me assusto algumas vezes em como podem os humanos
deixar-se levarem por embalagens, por invólucros...
deixam de terem muitas vezes ao seu lado verdadeiros tesouros,
amizade sincera, lealdade, companheirismo...
simplesmente por não terem gostado do rosto do indivíduo.
Imagine uma roseira cheia de espinhos,
ninguém acreditaria que dela pudesse brotar uma rosa tão bela,
sensível e delicada.

É do interior que nascem as flores.
Pude conhecer seu interior...
me deparei com uma flor linda...
e com muitas qualidades.
Se preserve assim...
muitas vezes é melhor sermos o que realmente somos...
a viver como as pessoas acham que deveríamos ser...
Não existe ninguém melhor, ou pior que ninguém...
apenas diferentes umas das outras e essas diferenças
são que mostram quem realmente você é.
Fico assim... dizendo as coisas que me aparecem dentro do peito,
contando o que se passa em mim, como se estivesse desabafando...
pois Deus nos fez para cuidar dos outros...
e quem cuidará de nós?

Continuarei aqui...
meio que escondido, ao teu lado, olhando-te, sentindo-te...
esperando que um dia deixes teu coração "olhar" e me ver...
daí, enfim, poderia eu mostrar o quanto tu és especial para mim.
Um poema deixado no ar,
palavras implorando para viver como uma estrela que o dia não vê
e que espera a noite chegar para poder mostrar-se,
a canção de amor que sai da tua boca...
são as coisas que sempre sussurro ao teu coração,
tento traduzir emoções que nunca senti antes,
algo realmente novo pra mim,
paz, atração, paixão, amor,
algo especial...
sincero...
verdadeiro.


"A Carta de Seth", de Cidade dos Anjos

sábado, 9 de agosto de 2008

Pause !

Bom, está na hora de retirar uns dias de descanso verdadeiro. Tenho de repousar e ganhar inspiração para encher novamente isto, de coisas no mínimo agradáveis. Todo o que aspira a poeta tem de conquistar a inspiração. Tirar um tempo para ler, recolher informações e delícias para partilhar aqui...

Vou mas volto, mas até lá, deixo-vos:

Um pedaço daquele que foi considerado o melhor poema do mundo por um jornal francês:

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

(...)

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?

(...)

(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)

(...)

Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente

Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.



A Tabacaria, de Álvaro Campos


Uma daquelas músicas que ouvimos e não esquecemos... um clássico, sobretudo:






São coisas destas e momentos como estes, que fazem deste espaço exactamente o que ele é... um cantinho de suspiros...=)

Até Breve*

Sussurro I




Sussurro II

terça-feira, 5 de agosto de 2008

É eterno o meu gostar. Aqui ou além.


Escolhi viver sem ti, apesar de te querer.
Escolhi fugir, mas espero-te aqui.
Escolhi não ter nada e querer ter tudo.

Viver-te seria demais para mim.
Não o mereço.
Tocar-te seria ferir-te.
Sentir-te era obrigar à tua desistência.
Se os sonhos comandam a vida,
Eu não te posso comandar.
Eu e eles, seres alternativos.

Escolherás os teus sonhos.
Outra coisa não te deixaria decidir.
Pelo menos,
Não têm a minha incapacidade de escolher…

Escolhi viver no deserto, à espera que diluísses a minha sede.
Escolhi não ser teu, e não ser de ninguém.
Escolhi não ter nada e querer ter tudo…

No fundo, escolhi ser indeciso quando não o sou.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Can you?


"Take me out tonight
Where there's music and there's people
And they're young and alive
Driving in your car
I never never want to go home
Because I haven't got one
Anymore

Take me out tonight
Because I want to see people and I want to see life
Driving in your car
Oh, please dont drop me home
Because it's not my home, it's their home, and I'm welcome no more(...)"


There's a light that never goes out, The Smiths

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Bad Books Don't Exist III


(…) “No passado, em momentos como aquele, era comum que me faltassem as palavras. Talvez alimentasse o medo secreto de exprimir os meus sentimentos em voz alta, que receasse que as palavras os diminuíssem. Contudo, agora estava a verificar que tinha sido um erro esconder o que pensava e, pondo os lábios junto do ouvido de Jane, sussurrei-lhe as palavras que nunca deveria ter guardado dentro de mim.
-Amo-te, Jane, e ter-te a meu lado faz de mim o homem mais feliz do mundo.
A despeito de ter mantido o silêncio, a forma como se encostou a mim foi a resposta que eu procurava.” (…)

“A Alquimia do Amor” de Nicholas Spark

terça-feira, 29 de julho de 2008

Bad Books Don't Exist II

Um Momento Inesquecível, de Nicholas Spark

«O amor é paciente, o amor é benigno, não é invejoso; o amor não se ufana, não se ensoberbece, não é inconveniente, não procura o seu interesse, não se irrita, não suspeita mal; não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.»

As Palavras Que Nunca Te Direi, de Nicholas Spark


"Sem ti nos meus braços, sinto um vazio na alma. dou por mim à procura do teu rosto no meio das multidões - sei que é impossível, mas não consigo conter-me. A minha procura por ti é uma busca interminável destinada ao fracasso. tu e eu tínhamos falado sobre o que aconteceria se fossêmos separados por força das circuntâncias, mas não consigo manter a promessa que te fiz naquela noite. desculpa, meu amor, mas não existirá nunca ninguém para te substituir. as palavras que te murmurei eram absurdas. e eu devia ter percebido isso então. Tu - e só tu - tens sido sempre a única coisa que eu desejei, e agora que já cá não estás, não tenho qualquer desejo de encontrar outra. até que a morte nos separe, sussurámos na igreja, e eu tenho vindo a acreditar que as palavras permanecerão verdadeiras até finalmente chegar o dia em que eu, também, serei levado deste mundo."

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Bad Books Don't Exist I


"Prefiro esquecer, esquecer-te até se preciso for, para viver como tu vivias, apreciando cada momento - sobretudo os dolorosos, pela lucidez que trazem como bónus - desta tão precária maravilha a que chamamos existência. Tantas vezes te aconselhei as virtudes do silêncio. Queria calar-te para te proteger, sim. Há poucas pessoas apetrechadas para a verdade - mesmo nós, quantas vezes não fechámos à chave umas verdadezitas mais cortabtes para não nos magoarmos? Creio que me fazes - schiuuu! - assim, com uma vagar de embalo, sempre que a voz da minha consciência ( seja lá isso o que for) sobe o tom para me acusar pelo que não te dei. Creio sem crer, como um condenado. Afinal de contas, não tenho nada a perder. Mesmo que os anjos não existam, as asas com que te vejo, sentada na beira da minha cama, do cume enlouquecendo da minha insónia, ficam-te melhor do que todas as toilettes. Esforço a imaginação, estendo-a até aos teus dedos, mas não consigo mais do que um ligeiro raçagar de asas. São lençóis que agito, bem sei - mas não me concederás a graça de transformar a fímbria do meu lençol na ponta dos teus dedos?"

Excerto de "Fazes-me Falta" Inês Pedrosa

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Novamente Shakespeare...


Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.

Ás vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.

Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:

Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.

Soneto 17 - Shakespeare

terça-feira, 22 de julho de 2008

I pray that something picks me up...


Entre a minha vista e o meu coração estabeleceu-se um acordo,
E agora cada qual faz ao outro um favor:
Quando meu olho está faminto por um olhar
Ou o coração almejando amar com suspiros que ele mesmo abafa,
Com o retrato do meu amor, então a minha visão entra em festa,
E ao banquete esboçado convida o coração:
De outra feita, o meu olho é o hospede do coração,
E em seus pensamentos de amor colabora:
Assim, quer seja por teu retrato, ou por meu amor,
Estás mesmo longe, presente sempre ainda comigo:
Pois não estás mais distante que ao alcance dos meus pensamentos,
E eu estou unido com eles, e eles contigo;
Ou se eles dormem, teu retrato na minha vista
Desperta o meu coração para alegria de vista e coração.



Soneto 47 - Shakespeare

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Desejo...


Preso.
Prendeste-me com as tuas mãos de princesa.
Foi um acto subtil.
Tal como a luz que abraça o Sol.
Mergulhaste sobre meu peito,
Leve, emocionada, mas forte.
Senti a flecha a perfurar o coração.

Imóvel.
É como gostava de sentir este momento.
Parar os segundos é um sonho.
Seria ter-te para sempre no meu peito.
Seria poder sussurrar as lendárias palavras
como se fosse uma nova vez.
É a nossa fantasia.

Doce.
São os teus lábios nos meus.
Foi o toque da tua pele na minha.
Será ter-te finalmente para sempre...
E ao mesmo tempo divagar...
Se foi apenas por uma noite.

Por mais que pense, não foi ainda inventada
outra forma de eu viver...
que não seja a pensar em ti.
Nem mesmo mudar de planeta o faria.

Por mais que tente, as saudades não se apagam.
Crescem à velocidade da luz.

Por mais que possa desejar, o meu mundo não é um mundo.
Se não fizeres parte dele.

O meu amor por ti é leve e perspicaz como uma borboleta.
Tu és a minha borboleta.
Sonho que voes na minha direcção.
Espero-te.

(Porque há algum tempo que o amor que sinto é uma realidade:)...Je t'aime*)

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Há dias assim...profundos.

Hoje foi um daqueles dias, em que mais do que nunca se voltou a acender a chama pela música. Não estou a falar daquela musica banal, a musica ambiente. Estou sim a falar daquela música que transmite algo mais do que notas, aquela música que nos obriga a reler a letra dia após dia... aquela música que por vezes é mais do que poesia.

Desde logo o dia começou extraordinariamente bem. 7.30h toca o despertador. RFM. Começa a tocar lentamente a melodia, "eu conheço isto", digo. Preenche por completo qualquer falha de espírito do nosso acordar...





Ao som the Cranberries lá me levantei com um sorriso no rosto. "Há muito que não ouvia isto...", pensei. Fiquei satisfeito, com energia para enfrentar o dia. Era dificil ser melhor. Preencheu-me a alma de nostalgia, relembrou-me as inúmeras tardes que em pequeno passava perto do rádio... Tomei banho. Comi. Saí. Ligo o carro, depois a rádio. Sintonizo na RFM novamente, na esperança de ouvir algo que desse continuidade ao meu estado de espírito. "Não está a dar nada de jeito", desabafei. Estava a dar uma música de Dire Straits, um pouco antiga, não era a minha onda. Tiro o carro da garagem. Olho para o espelho retrovisor para ver quando o portão fecha. Algo me distrai e obriga-me a olhar para o rádio, começava a tocar...






Confesso: senti-me completamente absorvido pela melodia. "Mas hoje a rádio toca o que sabe que vou gostar?", inquiri. E ainda não era nada. Mas enfim, Sade deixa qualquer um louco com a sua voz. É doce. Gosto, sempre gostei. Fez parte no emergir no gosto musical. Sade é assim qualquer coisa. Foi a banda sonora do meu trajecto, rapidamente cheguei ao destino. E adivinhem lá? Antes de sair do carro, ainda me ofereceram outra prenda...







Anouk e a sua energia imbatível em qualquer canção. Foi o culminar de um iniciar de dia excelente... pelo menos a nível espiritual. Fez-me divagar sobre o que são verdadeiramente as verdadeiras músicas. São aquelas que ouvimos várias vezes e gostamos? Ou serão aquelas que ouvimos quando as devemos ouvir e que nos levam a sonhar nesse momento? Bom, é como a questão do amor, quando banalizado perde a magia. A verdadeira música é aquela que surge no momento certo e que como por magia nos altera o estado de espírito. Sentir uma música não é facil. Não basta pôr no play. Eu tenho um conceito diferente de qualquer um sobre o que gosto e de como defino a música: para mim, tem um gostinho especial aquela música que ouves na rádio, algumas vezes, durante muito tempo, mas que nunca sabes o seu nome. Sabes que a melodia te encanta e que a letra te preenche. Afinal não é isso que interessa? No amor, não deve ser mais importante a consagração do verdadeiro sentimento? Uma das artes que o ser humano tem é a de se preocupar em demasia com pequenas coisas. É pouco aventureiro. Um pormenor estraga um sonho de uma vida. Um pormenor minúsculo chega a ser mais importante que o núcleo das coisas. Tenho para mim que são inúmeras as vezes que não sabemos aproveitar o que devíamos. São poucas as vezes que vamos em busca do que amamos quando é difícil. Há uma palavra para tudo isto: comodismo. Afecta a possibilidade de pudermos adquirir algo melhor. Afecta o concretizar de muitos sonhos apenas porque é arriscado e algum pormenor nos pode colocar numa posição pior, mesmo que o risco seja ínfimo... Enfim, ideias: não ao comodismo, sim aos sonhos...

E as músicas fazem-me sonhar, sobretudo, na vertente do conjugar situações:"como poderia ter sido se não fizesse aquilo", "devia ter aproveitado aquele momento", "no fundo, deveria ter dito-lhe que a amava"...coisas assim. Bom, por fim, e ainda mais especial, a rádio tocou para mim uma última música, uma das minhas favoritas... aquele sentimento de que ouvir... transformou-se...e começou a cantar...



Que venham mais dias assim...
*