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terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Silêncio...


Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,
e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,

quando azuis irrompem
os teus olhos

e procuram
nos meus navegação segura,

é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,

pelo silêncio fascinadas.

Eugénio de Andrade.

domingo, 23 de novembro de 2008

Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma...


"Respiro o teu corpo:
sabe a lua-de-água
ao amanhecer,
sabe a cal molhada,
sabe a luz mordida,
sabe a brisa nua,
ao sangue dos rios,
sabe a rosa louca,
ao cair da noite
sabe a pedra amarga,
sabe à minha boca."


Eugénio de Andrade

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Shall We Dance? Yes!

Assim começámos:


E, assim, terminámos!



"Respiro o teu corpo: sabe a lua-de-água ao amanhecer; sabe a cal molhada; sabe a luz mordida; sabe a brisa nua; ao sangue dos rios; sabe a rosa louca;ao cair da noite,sabe a pedra amarga; sabe à minha boca." Eugénio de Andrade

sexta-feira, 21 de março de 2008

Dia Mundial da Poesia!

Porque mais um ano passou. Porque o meu poema favorito continua o mesmo. Lembraste? Eu sei que sim...


Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

Eugénio de Andrade

[Amo-te. Como nunca amei ninguém...]

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Parce qu' Aujourd'hui c'est la fête de la Saint-Valentin!

Une Image:

Une Poeme:

E de súbito desaba o silêncio.
É um silêncio sem ti,
sem álamos,
sem luas.

Só nas minhas mãos
ouço a música das tuas.


Eugénio de Andrade, in «Coração do Dia»

Une Musique:



Un Classique:



P.S.:

Tu já tinhas um nome, e eu não sei
se eras fonte ou brisa ou mar ou flor.
Nos meus versos chamar-te-ei amor.

Eugénio de Andrade, in «As Mãos e os Frutos»

Le Fin