quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Um música para se ouvir junto ao coração, aquecendo-o e sossegando a alma...

"Fly, little bird, fly... "

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Músicas que ajudam a suportar mais um dia sozinho...




sábado, 2 de outubro de 2010

Dançando Lentamente Num Quarto Em Chamas...



"I was the one you always dreamed of
You were the one I tried to draw
How dare you say it's nothin to me?
Baby, you're the only light I ever saw
I'll make the most of all the sadness
You'll be a bitch because you can
You'll try to hit me just hurt me
So you leave me feeling dirty
Because you can't understand

We're goin down
And you can see it, too
We're goin down
And you know that we're doomed
My dear, we're slow dancing in a burning room "

Aqui fica a última sugestão musical de hoje, agora segue-se o "tentar dormir".

"Meu coração só quero ouvir a sua voz, mesmo que seja só pra brigar..."

Os santos voltaram em grandes com duas bonitas músicas...



I need your hug...



Dá-me um abraço que seja forte
E me conforte a cada canto
Não digas nada que o nada é tanto
E eu não me importo
Dá-me um abraço fica por perto
Neste aperto tão pouco espaço
Não quero mais nada, só o silêncio
Do teu abraço
Já me perdi sem rumo certo
Já me venci pelo cansaço
E estando longe, estive tão perto
Do teu abraço
Dá-me um abraço que me desperte
E me aperte sem me apertar
Que eu já estou perto abre os teus braços
Quando eu chegar
É nesse abraço que eu descanso
Esse espaço que me sossega
E quando possas dá-me outro abraço
Só um não chega...

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Recordar...


"Obrigado por tudo o que fizeste,
Eu senti a tua falta por muito tempo,
Não posso acreditar que foste embora e
Ainda vives em mim,
Eu sinto-te no vento
Guias-me constantemente.

Eu nunca soube o que era estar sozinho... não!
Porque tu estavas sempre lá para mim,
Estavas sempre lá à espera,
Mas agora eu vou para casa
E sinto falta do teu seu rosto
Sorrindo para mim.
Eu fecho os meus olhos para ver.
E eu sei...
Tu és uma parte de mim,
E é a tua canção
Que me deixa livre.
Eu canto-a quando
Eu sinto que não consigo mais aguentar.
Eu canto-a esta à noite
Porque me conforta.

Eu carrego as coisas
Que me fazem lembrar de ti.
Numa memória amorosa da
Única que era tão real
Tu eras tão amável quanto podias ser
E embora tu tenhas ido embora,
Continuas a ser como o mundo para mim."

Tradução da música In Loving Memory, Alter Bridge

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Quando um amor eterno dá lugar ao ódio permanente...

É com lágrimas no rosto que estas palavras se escrevem a si mesmas. Há alturas na vida em que temos de carregar ainda mais na ferida aberta para que ela possa sarar, há alturas em que as lágrimas são o maior remédio e em que o sorriso a maior saudade. Ser homem não me dá vergonha em chorar, nem me transforma numa criança. Ser sonhador não me ridiculariza, nem me transforma numa pessoa infantil. Apetece-me continuar a chorar, cada vez mais, sem saber qual a razão. Apetece-me recuperar a felicidade, mas não tenho forças para isso. Choro todos os dias e noites. Choro e ponho triste quem me rodeia. Mas isso não me torna uma criança, sou um homem, com sonhos e objectivos. Hoje, é mais um dia para continuar a chorar e fazer tudo para que esta semana passe rápido. Hoje é um dia triste. Hoje é o fim. Hoje fugo para nunca mais voltar. Hoje desisto dos meus sonhos, abdico do meu futuro para ir em busca da minha felicidade... Tempos dificéis, precisam de decisões ainda mais dificéis.
Só preciso de calar a voz que ao longe grita na minha alma: "Não, cris, não o faças..."

A leveza das palavras não se confunde com o sentimento poderoso que comportam...

Ja ouvi isto vezes e vezes sem conta, tem sido este poema que me tem feito companhia nos últimos dois dias, quando te vejo, sinto que estás presente, mas me respondes com um duro e absoluto silêncio...



"Posso escrever os versos mais tristes esta noite.

Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e brilham, azuis, os astros, ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu a quis, e às vezes ela também me quis.

Nas noites como esta a tive entre meus braços.
A beijei tantas vezes sob o céu infinito.

Ela me quis, às vezes eu também a queria.
Como não haver amado seus grandes olhos fixos.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que a perdi.

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai à alma como ao pasto o orvalho.

Que importa que meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
Minha alma não se contenta com havê-la perdido.

Como para aproximá-la meu olhar a busca.
Meu coração a busca, e ela não está comigo.

A mesma noite que faz branquear as mesmas árvores.
Nós, os de então, já não somos os mesmos.

Já não a quero, é certo, mas quando a quis.
Minha voz buscava o vento para tocar seu ouvido.

De outro. Será de outro. Como antes de meus beijos.
Sua voz, seu corpo claro. Seus olhos infinitos.

Já não a quero, é certo, mas talvez a quero.
É tão curto o amor, e é tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta a tive entre meus braços,
minha alma não se contenta com havê-la perdido.

Embora esta seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que eu lhe escrevo."


Pablo Neruda

Renascimento...


Agora somos só nós dois. Eu e tu. Sem mais ninguém curioso, sem mais ninguém entre nós. Apenas eu e tu. Eu falo para ti, somente para ti. Escrevo para ti. Sonho para ti. Penso para ti. Sorrio para ti. Tudo é para ti e para mais ninguém. Não sei se queres ou não, mas é para ti.



Este espaço pertence-nos como a nossa própria alma. Tudo o que aconteceu perdurará na minha mente até ao fim dos meus dias... A beleza e a felicidade que foi será para sempre recordada aqui, no mesmo lugar onde te demonstrei que te amava tantas vezes...



Este lugar existe porque tu apareceste na minha vida e deste-lhe cor. Mais do que uma homenagem ao que sinto por ti, este lugar é uma demonstração da existência do meu amor por ti, um bocadinho mais todos os dias...



Amo-te, é a única coisa que sei fazer e sentir.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Post nº 492 - O meu último post / suspiro cultural...

O Fim. Após 3 anos e meio, chegou o fim. Aqui deixo parte da minha vida e parte das minhas emoções. Esta é a última vez, simplesmente porque tinha de haver uma última vez. As palavras continuarão vivas podendo voar ao sabor do vento, mas não mais serão alimentadas. Passei imenso tempo aqui, um tempo que hoje já não tenho e que hoje já não quero ter. Este é o último capítulo de uma longa história que absorveu a minha vida durante imenso tempo...

A última imagem que vos deixo:


(Juntos, viveremos para sempre!)



A última música que vos sugiro:



(If roses are meant to be red
And violets to be blue
Why isn't my heart meant for you...)


Os últimos versos que vos declamo:

(...)Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

Digo-o novamente: é o fim. Fica a promessa que um dia voltarei a algo idêntico com outro rosto e outras palavras. Todavia, a partir de hoje parto à conquista do mundo e para manter a minha sanidade mental terei de deixar este blog para trás. Contudo, como dizia Saramago : "Encontramo-nos noutro sítio."

Bye Past, Present and Future. Hello my life!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Porque sei que gostas... [26]

sábado, 10 de julho de 2010

No love No glory...


"(...)and so it is
just like you said it would be
life goes easy on me
most of the time
and so it is
the shorter story
no love no glory
no hero in her skies
i can't take my eyes off of you
and so it is
just like you said it should be
we'll both forget the breeze
most of the time
and so it is
the colder water
the blower's daughter
the pupil in denial
i can't take my eyes off of you
did I say that I loathe you?
did I say that I want to leave it all behind?
i can't take my mind off of you
my mind
'til I find somebody new (...)"

sábado, 19 de junho de 2010

Um desejo...

"Back to you
It always comes around
Back to you
I walk with your shadow
I'm sleeping in my bed
With your silhouette"

domingo, 13 de junho de 2010

Momentos Soltos



[I Miss You...]

domingo, 30 de maio de 2010

Palavras...

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.


Alexandre O'Neill

Voltar atrás no tempo...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Benção...=)


No princípio era o Lugar da Esperança,
Onde a felicidade era o primeiro sentimento,
E o orgulho a primeira lembrança,
Do como passaram quatro anos num momento.

Ao entrar, os corredores barulhentos
Faziam lembrar um coliseu em noite de concerto,
A mistura de vozes colidiam com os pensamentos,
Recordo cada segundo com aquele aperto.

Os anos passaram como um verdadeiro suspiro,
À noite ainda oiço as vozes a criarem confusões,
De outrora vividas em retiro,
Foram e são verdadeiras emoções.

Na verdade, nunca tive muitos amigos,
Nunca aproveitei o lado da convivência.
São poucos, mas para sempre sentidos,
E recordados nos eternos lugares da minha consciência.

Os momentos difíceis que o vento embalou,
Foram testes à minha humildade,
E agora para onde vou?
E agora o que faço à saudade?

O Futuro poderá ser incerto,
Poderei não saber como viver o amanhã,
Mas não esquecerei quem de mim esteve perto,
E me manteve a mente sã.

Na Caridade e Na Verdade,
Construir, hoje, o amanhã?
Na Paixão e Na Certeza,
Viver o amanhã rejubilando-me
Com o Passado.

Tudo isto representa o início de um novo ciclo eterno,
O que por vezes o nosso coração queria,
Mas agora olhamos para trás e recordamos quem foi nosso fraterno,
E já sentimos Saudades da Academia!

domingo, 9 de maio de 2010

Momentos assim...


Pergunto a mim próprio em que noite nos perdemos?,
Que desencontro nos levou de um a outro lado das
Nossas vidas? E que caminhos evitámos para que os nossos
Passos se não voltassem a cruzar? Mas as perguntas que
Te faço, hoje, já não têm resposta. Sento-me contigo,
Nesta mesa da memória, e partilho o prato da solidão. Tu,
Na cadeira vazia onde te imagino, sacodes o cabelo com
Um aceno de ironia. E dou-te razão: as coisas podiam
Ter sido de outro modo. Não te disse as palavras que
Esperaste; e havia o mar, com as suas ondas, nessa tarde
Em que me puxaste para longe da cidade, como se
A noite não nos obrigasse a voltar, quando o horizonte
Se apagou à nossa frente. Depois disso, nenhuma
Pergunta tem resposta. O que é absurdo há-de continuar
Absurdo, como o horizonte não se voltou a abrir,
Trazendo de volta os teus olhos que me pediam que
Os olhasse, até que a noite me impedisse de o fazer.


Nuno Júdice, Em Frente ao Mar

Dá cada vez mais vontade e está cada vez mais próximo... :)


Want to pack your bags
Something small
Take what you need
And we'll disappear
Without a trace
We'll be gone gone
Moon and the stars
Will follow the car
Then when we get
To the ocean
Gonna take a boat
To the end of the world
All the way
To the end of the world
Oh and when the kids
Are old enough we're
Gonna teach them to fly

You and me together
We can do anything baby(...)

Dave Matthews Band - You & Me

sexta-feira, 7 de maio de 2010

(...)


No fundo, as relações entre mim e ti
cabem na palma da mão:
onde o teu corpo se esconde e
de onde,
quando sopro por entre os dedos,
foge como fumo
um pequeno pássaro,
ou um simples segredo
que guardávamos para a noite.

Nuno Júdice, in "O Movimento do Mundo"

domingo, 2 de maio de 2010

Uma inspiração e uma Companhia para estes dias dificéis...^^


.."

segunda-feira, 5 de abril de 2010

É tão bom recordar certas coisas...



"I'm feeling kind of scared
cuz I'm falling in love with you
But you don't care
cuz you don't know how I feel

I don't want to give my heart to someone new
I've been there before and it's my heart she tore in two

Can somebody please stop me,
From falling for this girl
I don't want to have to go through love again
Cuz it always hurts
"

A Mulher do Viajante no Tempo


Sinopse:

Baseado no best-seller de Audrey Niffenegger, o filme conta a história de um bibliotecário de Chicago (Eric Bana) que tem uma doença genética que lhe faz viajar no tempo quando ele está stressado. Embora ele desapareça muitas vezes durante longos períodos de tempo, ele tenta construir um relacionamento romântico com Clare Abshire (Rachel McAdams) - seu único e verdadeiro amor.

Opinião:

Não tem nada que enganar, aqui estamos perante um puro e verdadeiro romance. Esplêndido, tocante e com uma emoção muito rara. Já tinha ouvido falar deste filme, mas ainda não tinha tido a oportunidade de o ver, e hoje consegui, finalmente. Desde logo tem dois actores de excelência que fazem deste filme um verdadeiro "perfume", em muitos momentos fez-me lembrar aqueles filmes do Tom Cruise e a Nicole Kidman no início dos anos 90.


A história que justifica todo a intriga prende-se com um problema genético de um homem, originando que ele desapareça (isto é, "desmaterialize-se") de um segundo para o outro e a partir daí viaje no tempo, reencontrando pessoas conhecidas e que lhe são algo, no passado. É, no meio desta situação, que ele encontra-se constantemente com uma mulher, desde a sua infância até ao dia em que esta é a sua verdadeira esposa. E o filme desenrola-se assim, um desaparecimento e aparecimento subjectivo, isto é, sabem que irá acontecer, mas não sabem quando.


Depois de casados, as dificuldades aumentam. Ele desaparece durante semanas, sem conseguir regressar àquela época, deixando-a sozinha em alturas importantes das nossas vidas, enquanto a encontra na sua juventude vários anos antes. Digamos que ele está sempre com ela, durante toda a sua vida, mesmo quando viaja no tempo, porque a vai encontrar sempre e vai tentar sempre estar o máximo de tempo com ela, o que nem sempre é fácil. Uma das maiores virtudes desta obra de arte está quando existe a vontade de terem um filho, e o que se desenrola a partir desse momento...


Não é um romance lamechas e, muito menos, entediante. É confortante e até engraçado. Constitui, sem dúvida, um belo pedaço de cinema muito bem passado.


Nota: 7/10


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domingo, 4 de abril de 2010

Forever Strong


Sinopse:

Rick Penning vive a sua vida da mesma forma que joga rugby: rápida, forte e intensamente. Quando ele vai parar na prisão devido a um acidente de trânsito, conhece Marcus Tate, que lhe oferece a oportunidade de voltar a jogar pela sua antiga equipa rival. Relutante, Rick decide entrar para a equipa e deve passar por uma forte rotina de treinos e duras normas de conduta impostas pelo novo treinador. Rick precisa enfrentar uma grande prova de fogo ao ter que enfrentar a sua antiga equipa que é treinada justamente pelo seu pai.


Opinião:


Este é o filme ideal para quem gostou de filmes como "Jerry Maguire" ou "Um Domingo Qualquer", uma vez que o tema principal é o desporto, a confiança e o espírito de equipa. Sobre este filme não há muito a dizer, a não ser que nos ensina: que existem segundas oportunidades na vida, que elas muitas vezes vêm de onde não se espera e que os erros merecem o seu castigo, mas que este não deve ser para toda a vida.


Os excessos ligados ao álcool levam a um atleta com um enorme potencial à prisão, e vai ser nela que surge a ligação com a equipa que era a sua eterna rival. Aí aprende que mais importante do que saber jogar rugby é estar em plena forma física e mental; e aprende que o objectivo deles não é formar equipas campeãs, mas atletas campeões, a nivel profissional, mas essencialmente, pessoal. Vai ser nessa experiência que aprende que o espírito de equipa e a formação pessoal de cada um é mais importante do que ser um "menino bonito que tem imensas miúdas". Mais tarde, temos o confronto entre pai e filho, que estão em lados diferentes...


Este é um filme bastante interessante, que nos prende a cada minuto. Está bem construído e sem erros que mereçam ser apontados. Gostei. Dentro deste estilo é um grande filme.


Nota: 7/10 - Bom


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Parnassus, O Homem que queria enganar o Diabo


Sinopse:

Dr. Parnassus é um imortal contador de histórias que possui um teatro itinerante. Séculos atrás, ele fez um pacto com Sr. Nick, o demónio, no qual recebeu o dom da imortalidade. Em troca, Dr. Parnassus deve entregar o seu primeiro filho ou filha ao Sr. Nick após o aniversário de 16 anos. Valentina, a sua primeira filha, está prestes a atingir essa idade. Então, Dr Parnassus e Sr. Nick renegociam o pacto. Agora, o contador de histórias precisa lutar contra o tempo e contar com a ajuda de outros para salvar sua filha.

Opinião:

Antes de mais, este é o filme póstumo do actor Heath Ledger (actor de Joker, in Batman), sendo que este morreu quando a produção do filme já se encontrava perto do fim. Digamos que este antes de completo já era um filme muito esperado: por ser o último de Heath, por depois da sua morte ter sido dito que o filme nunca seria concluído, por depois de ser concluído ter sido dito que não seria colocado nos cinemas para não retirar a grande imagem que todos ficaram com a última actuação de Heath no Batman, e por toda a gente pensar que seria uma verdadeira incógnita. Enfim, foi um dos filmes mais aguardados do ano. Finalmente estreou nos cinemas depois de tantas interrogações.

Em primeiro lugar, é preciso dizer que apesar de não envergonhar a imagem que todos tínhamos de Heath pelo seu papel de Joker, aqui o seu papel não é tão bestial e tão marcante. É um papel simples, sendo compreensível que nunca chegasse para um Óscar ou qualquer outro prémio. Quanto aos outros actores que ajudaram a terminar o filme vestindo a personagem de Heath (Jude Law, Johnny Depp e Collin Farrell), sem dúvida, alguma que Johnny Depp foi muito melhor, é um actor incrivelmente fantástico, sendo que o papel lhe serviu que nem uma luva, pois o filme era claramente à sua imagem: exuberante, fantasioso e encantador.

Por outro lado, deixando os actores de parte, é de referir que esta produção tem dois grandes méritos: a qualidade original do argumento (nunca vi nada do género) e a qualidade exuberante das imagens. Deve ter sido um dos melhores filmes de fantasia que vi nos últimos anos. Só peca por uma única coisa: os pontos mortos da história. As sequências de cenas fantasiosas são substituídas por cenas mais paradas e que transmitem pouca informação e emoção. Talvez tenha sido por isso e por um final, que para muitos revela-se confuso, que o filme não tenha atingido o patamar que merecia. É um filme que vale essencialmente pela sua história e imagens, sendo que a qualidade de Heath Ledger e de Johnny Depp dá aquele toque soberbo.

Há um último ponto que gostava de realçar: a qualidade de representação de Lily Cole (a Valentina no filme). Não a conhecia, nunca tinha sequer ouvido falar, nunca a vi em nenhum filme, mas a sua actuação é, sem dúvida, a melhor de todos os actores. É uma verdadeira surpresa. É uma actriz muito recente, sendo que prevejo um enorme futuro. Fiquei abismado com tamanha representação para o seu primeiro grande filme.

Não percam este filme, vale muito, mas mesmo muito a pena. Não só pelo Depp ou o Ledger, mas por tudo. É fantástico.

Nota : 8/10 - Muito Bom


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Uma descoberta de Páscoa!

Um Cidadão Exemplar


Sinopse:

Clyde Shelton (Gerard Butler) é um cidadão exemplar que vê a sua mulher e filha serem brutalmente assassinadas durante uma invasão a sua casa. Quando os assassinos são detidos, Nick Rice (Jamie Foxx), um jovem procurador de Filadélfia bem sucedido, é chamado para participar. Apesar dos seus protestos, Nick é forçado pelo seu chefe a oferecer a um dos suspeitos uma sentença leve em troca de um testemunho contra o seu cúmplice. 10 anos depois. O homem que se safou da acusação de homicídio é encontrado morto e Clyde Shelton admite friamente que é o culpado. Em seguida faz um aviso a Nick: ou compõe o sistema de justiça que falhou com a sua família, ou as pessoas importantes do processo morrerão...


Opinião:

Aqui temos um filme diferente dos anteriores. Um filme de acção, de suspense e, realmente, dramático. O objectivo principal do filme é mostrar as fraquezas e inconvenientes do sistema de justiça norte-americano, através das sentenças feitas "nas ruas" e do tráfico de influências. Deste modo, estamos perante um sistema onde a estatística conta e é importante e onde a justiça é um mero pormenor, um verdadeiro luxo dos "nobres".

Temos duas mortes. Uma sentença feita por procuradores e não juízes. Um culpado julgado inocente. Um homem sedento de vingança e que não olha a meios para atingir os seus fins. Um procurador que apenas se preocupa com a sua taxa de sucesso. Um sistema que não se preocupa com a culpa mas com o dinheiro. Um homem na prisão que espalha o horror pelas ruas da cidade. Estes são os elementos que compõem o filme. Interligados formam uma saborosa trama, recheada de suspense.

Os actores do filme são importantes para o desenrolar da história, apesar de a meu ver Gerard Butler (actor de 300, P.S. I Love You e do Gamer) estar muitos furos acima de Jamie Foxx. Este a meu ver é uma decepção e uma vez mais demonstra que o seu papel em Ray foi um acidente (positivo) de percurso, porque como actor a intensidade é pouca e fraca. Enquanto que Gerard está cada vez melhor, a sua ascensão é parecida com a de Russell Crown e não dou mais 3 anos que não ganhe um Óscar, se tiver um filme com grande produção. Ele é tremendamente surpreendente e intenso a cada emoção.

Para além da actuação de Jamie Foxx, outro ponto negativo do filme é, sem dúvida, o seu final. Completamente surpreendente pela negativa e que vai contra o caminho que o filme desenha durante cada minuto seu. Desiludiu-me bastante o final, não conto mais para cada pessoa tirar a sua conclusão.

Este filme tem, essencialmente, dois pontos fantásticos: a intriga e Gerard Butler.

Nota: 6
/10 - Interessante


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sábado, 3 de abril de 2010

Momento BAH!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Para a Minha Irmã


Sinopse:

Sara e Brian Fitzgerald são pais de duas crianças e formam uma família feliz. No entanto, a vida deles muda para sempre quando descobrem que a sua filha de dois anos, Kate, tem leucemia. A sua única esperança é conceberem outra criança, especificamente destinada a salvar a vida da irmã. O resultado é Anna. Kate e Anna partilham laços muito mais próximos do que a maioria das irmãs: embora Kate seja mais velha, ela depende da sua irmã. Na verdade, a vida dela depende de Anna. No entanto, Anna, agora com 11 anos, diz "não". De forma a obter emancipação médica, ela contrata o seu próprio advogado, iniciando um processo judicial que divide a família e que poderá deixar o futuro de Kate nas mãos do destino...

Opinião:

Este é um filme dramático e intenso. É o filme perfeito para as pessoas que gostam de ficar "pregadas" ao ecrã com curiosidade em torno de questões sociais e culturais. Temos aqui uma história original, onde uma menina concebida para ajudar a irmã chega a um ponto da sua vida em que decide que já chega e que não quer que o seu corpo seja mais uma "garagem onde existem as peças capazes de arranjar o motor". De uma forma muito breve, este filme aborda 3 questões essenciais:

Em primeiro lugar, a questão da concepção. No filme, ainda no seu início, é dito: "A larga maioria das pessoas que têm filhos, têm-nos porque foi o resultado de uma noite de bebedeira ou porque não se protegeram. Não têm filhos porque os desejam ou porque ansiavam. As verdadeiras pessoas que desejam ter um filho, lutam por isso e sonham com isso são aquelas pessoas que não podem ter filhos ou não conseguem". Bom, não há muito mais a acrescentar, porque se uma verdadeira sondagem fosse feita o resultado seria exactamente esse. Hoje, a maioria das pessoas tem filhos porque aconteceu e não porque desejou, porque quem deseja é quem não consegue.

Em segundo lugar, a questão da autonomia do corpo. Deve uma criança que foi concebida apenas para ajudar a irmã ser sujeita a todo o tipo de tratamentos (desde transfusões de sangue até a doação de um rim, a partir dos poucos meses de vida) que lhe afectarão o bem-estar presente e futuro porque a verdadeira filha é a irmã? Até onde vai a nossa autonomia sobre o nosso corpo? Ou melhor, quando deve começar o nosso poder de decisão? Deve uma criança de 5 anos sujeitar-se a tratamentos violentos e traumáticos que lhe reduzem qualidade de vida para ajudar a irmã por imposição dos pais? Deve aos 11 anos doar um rim à irmã não podendo fazer mil e uma coisas no futuro? É, óbvio, que irmãos são irmãos e fazemos tudo para os pôr melhor, mas estou a querer ir mais longe: deve ceder uma vida em prol de outra? Isto dava para textos e mais textos, mas aqui fica a ideia e suscitado o problema.

Em terceiro lugar, a questão da chegada a hora para a partida. Vários filmes representaram a ideia e a discussão de quando estaria chegada a hora de deixar alguém partir e se poderíamos ajudar ou não alguém nessa tarefa. Este também não deixa de tratar dessa discussão. Seríamos capazes de ajudar alguém que amamos a partir porque ela não suporta mais a dor? Fica a promessa de que um dia mais tarde essa será uma questão que darei a minha resposta...

Por fim, resta dizer que este filme tem como pontos fortes: a conotação emotiva e dramática, a qualidade dos actores (Cameron Diaz merecia um Óscar de melhor actriz secundária com esta performance) e a forma como toda a história é narrada na primeira pessoa, algo que se vê cada vez menos mas que me agrada porque assemelha-se ao ler um livro. Vale a pena, está recheado de questões psicológicas que nos atormentam a todos, mas que nem sempre estamos com vontade de pensar.

Nota: 7/10 - Bom

quarta-feira, 31 de março de 2010

The Man from Earth


Sinopse:

Uma festa de despedida ao professor John Oldman - e nunca um apelido descreveu tão bem o seu possuidor - muda inexplicavelmente de intento quando este decide contar aos seus amigos que tem... 14 mil anos. Dando ordem a uma larga e extensa discussão científica entre alguns dos mais conceituados professores da Universidade em que leccionava, todo o tipo de dogmas, desde dos religiosos aos científicos, são colocados sobre suspeita, num ambiente céptico e pirrónico que irá provocar algumas crispações. Baseado na última obra de uma dos mais aclamados escritores de ficção científica, Jerome Bixby, "The Man from Earth" é, mais do que um bom filme, uma grande lição sobre a história do nosso planeta.

Opinião:

Bom, este filme foi, talvez, a maior surpresa cinematográfica que me aconteceu nos últimos anos. Penso que desde o Memento e o The Fountain, nenhum outro filme me tinha deixado sem palavras. Como está na sinopse, o filme baseia-se numa "festa de despedida" a um professor, na sua última tarde na sua casa. O filme passa-se todo nessa casa, na sala. Isto é, o cenário é ingénuo e demasiado vulgar. Mas o ponto forte deste filme não é o cenário, não é a produção, não são os actores (que são razoáveis, a maioria de séries televisivas americanas), mas sim o guião. Acho que nunca vi um filme com um guião tão inteligente e original. Penso que nunca vi um filme onde o ponto principal e mais encantador é o diálogo. É assombroso, arrepiante e de dar a volta à cabeça. O desenrolar da história começa com uma afirmação de uma personagem que diz ter 14 mil anos e a partir daí surge uma sequência de diálogos contínuos refutando e alimentando a ideia. São inúmeras as emoções que se tem durante o filme, porque sentimo-nos perplexos, depois rimos, depois ficamos calados... é um jogo impressionante entre a realidade, a fantasia, o nosso planeta, a sua história e a natureza humana social, religiosa e cultural. É uma obra de arte.

Este filme, como já se percebeu pelo que acabei de dizer, tem um argumento fabuloso e, sobretudo, utópico e aproveitado e lançado por uma maior editora e produção não tenho dúvidas que seria um dos sucessos da história do cinema. Todavia, este filme foi produzido segundo um orçamento extremamente reduzido, sendo um daqueles tesourinhos independentes que ocasionalmente aparecem na indústria do cinema e rapidamente se transformam num culto, conquistando dezenas de milhares de espectadores.

É de referir que este é um filme de 2007 e segundo julgo em Portugal se existe é apenas em formato DVD, uma vez que não estreou nos cinemas (o que também não aconteceu em muitos países). Isto é, tenho sérias dúvidas que seja possível encontrá-lo em Portugal. Mas aqui fica a dica, um dos produtores do filme deu a permissão pública para que qualquer cinéfilo curioso pelo filme poderia e deveria fazer o download da Internet, de forma livre e sem qualquer recalcamento pelo acto em si (aqui está uma inovação...). Por isso, aqui fica o conselho: façam o download, vejam e divulguem, mas só peço um favor: quando divulgarem, não contem o final a essa pessoa porque o proveito que ela tirará do filme vai torná-lo numa experiência única que nunca irá esquecer...


Nota: 9/10 - Excelente


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Agora


Sinopse:

Século IV. No Egipto, sob o poder do Império Romano, violentos confrontos sociais e religiosos invadem as ruas de Alexandria… Presa entre paredes, sem poder sair da lendária livraria da cidade, a brilhante astrónoma, Hypatia, com a ajuda dos seus discípulos, faz tudo para salvar os documentos da sabedoria do Antigo Mundo… Entre os discípulos, encontram-se dois homens que disputam o seu coração: o inteligente e privilegiado Orestes e o jovem Davus, escravo de Hypatia, dividido entre o amor secreto que nutre por ela e a liberdade que poderá ter ao juntar-se à imparável vaga de Cristãos.


Opinião:

Aqui está outro filme sobre o qual eu andava bastante curioso para ver. E, no final, fiquei bastante mais satisfeito que o anterior. Bom, vejamos, primeiro temos de enquadrar este filme. Estamos na Alexandria (no Egipto), século IV depois de Cristo. Temos, por um lado, uma cultura baseada na crença em vários deuses (veja-se como era a religião na Antiguidade: vários deuses dominavam a fé, havendo um deus para cada peça e conceito da vida, baseando-se a explicação de todas as coisas na actuação dos vários deuses) e, por outro lado, temos em ascensão uma cultura cristã baseada na fé e no espiritualismo de um único Deus (note-se: estávamos numa época em que Jesus Cristo tinha sido crucificado à relativamente pouco tempo [cerca de 300 anos], tendo sido propagado os seus ideais pelos discípulos e pelos escritos que se expandiram, crescendo clandestinamente um enorme número de seguidores desta nova fé contra a propagada e defendida pelo ainda vigente Império Romano). Deste modo, não é fácil de adivinhar que existindo na mesma sociedade estas duas culturas, a provocação de uma à outra só podia desencadear numa guerra. E é isso que acontece na primeira parte do filme.

Por detrás de simples aulas de filosofia na Agora da Alexandria, são iniciados confrontos entre a cultura religiosa predominante nos últimos séculos da humanidade e a cultura religiosa que ascende década após década depois da morte do seu fundador. O filme transmite para além de tudo uma mensagem sobre a fundação e conversão das ordens religiosas no início dos tempos. Por detrás das maravilhas da filosofia que desencadeiam o espírito de descoberta por parte da Hypatia (personagem interpretada por Rachel Weisz), entre elas a descoberta sobre se o mundo é redondo ou plano e como se procede a relação com o sol, encontra-se uma guerra religiosa entre o Passado e aquele que hoje é o nosso Presente. Ou seja, o retrato principal do filme, se tivesse que haver uma legenda, seria "A Forma com o Cristianismo se propagou pelo Mundo". É neste ponto que o filme se tornou polémico, uma vez que retrata a propagação dessa nova fé religiosa, através da força, da brutalidade e da violência, pois os cristãos apenas venceram os, por eles designados, "pagãos" porque eram mais fortes, funcionavam como equipa, embutidos na fé religiosa, e com o uso da força expulsaram os que eram contra eles e os que resolveram ficar foram obrigados a se converterem à sua religião.

Assim, temos a tomada de poder pelos cristãos. Numa segunda parte do filme, há novamente outro aspecto que surge como crítica à propaganda conseguida pelos cristãos: após conseguirem expulsar os opositores, converterem os que resolveram ficar e tomarem o poder da cidade, abrem de novo uma guerra dentro de toda a classe cristã, desta vez: cristãos vs judeus. Dentro daqueles que se uniram para expulsar o passado, emerge uma divisão que dá azo a novas guerras, nova violência e nova vontade pela tomada do poder.

Para além de toda esta componente religiosa e histórica o filme desemboca todas estas conexões num triângulo amoroso, mas que sinceramente pouco me interessou, pois o mais forte e frutuoso de toda a história é mesmo o seu pano de fundo e esta guerra religiosa que tão poucas vezes vi retratada em filmes. Por outro lado, é de destacar, como sempre, a actuação de Rachel mais uma vez (tal como em The Fountain).

Para quem vir (ou para quem viu o filme) aqui fica um ponto de reflexão: Qual é a moral da Igreja Cristã para propagar a necessidade de paz e de crucificar as guerras religiosas do nosso tempo, quando a única forma que ela mesma viu como eficaz para chegar ao poder foi envolvendo-se brutalmente com as outras religiões? A favor da Igreja Cristã podemos referir que era a única forma de fazer passar a mensagem e que o Cristianismo só poderia ser divulgado e propagado recorrendo à forma: expulsando os que não queriam e convertendo os que queriam. Ou até dizer que era a prática corrente de todas as religiões. Mas contra a Igreja Cristã temos um elemento muito forte: 300 anos antes já não tinha Jesus Cristo lutado pela sobrevivência da fé cristã? Já não tinha ele sofrido pelos outros? Porque teria de haver mais guerra para que a fé invadisse toda a gente? Seria ele a favor desta propagação da fé pela força? Recorde-se aquela passagem da história de Cristo em que este simplesmente recusa que se mate um borrego para servir de oferenda, porque a morte nunca vale a pena e nunca é um acto feliz. Como podem ser compreendidos os desvios de pensamento e construção de uma fé tão poderosa como a Cristã entre o seu fundador e os que a instituíram eficazmente?
Nota: 7/10 - Bom

segunda-feira, 29 de março de 2010

Austrália

Sinopse:

Austrália é uma aventura épica e romântica, passada no início da segunda guerra mundial. Conta a história de uma aristocrata inglesa, Lady Sarah Ashley, cujo marido, desesperado por arranjar dinheiro, passou o último ano na Austrália, preparando a venda do seu último bem: uma quinta de gado do tamanho de uma pequena cidade, chamada "Faraway Downs". Suspeitando dos seus planos, Sarah viaja num hidroavião para este continente longínquo, com destino à tropical e remota Darwin, para tomar as rédeas do assunto. No entanto, ela é recebida, não pelo marido, mas sim por um rude e mal-educado vaqueiro, apenas conhecido como "O Condutor". Sarah é transformada pelo poder e pela beleza do continente mais antigo do mundo, encontrando romance na paisagem, paixão no condutor de gado e amor maternal em Nullah, uma criança aborígene. Mas, quando a segunda guerra mundial chega também à costa da Austrália, esta família invulgar é separada. Agora Sarah, "O Condutor" e Nullah têm que lutar para se reencontrarem no meio da tragédia e caos dos bombardeamentos japoneses a Darwin.

Opinião:

Já andava há imenso tempo para ver este filme. O estrondoso sucesso que teve nas nossas salas de cinema levou-me a vê-lo, mais até do que por causa da sua sinopse. Hoje, foi dia de realizar esse desejo. Sem rodeios, não achei um filme do outro mundo, capaz de me deixar bloqueado mentalmente dias e semanas. A verdade é que é um filme lento que se desenrola a cada minuto da sua intriga, talvez por isso a sua enorme duração (2 horas e 30 m!). O enredo tem como pano de fundo a guerra (mais uma vez, a guerra.) e como principal objectivo o de sensibilização para a comunhão das culturas existentes como uma só, sem discriminações e afastamentos. Naquela altura na Austrália, propagava-se o racismo por cada canto das pseudo-cidades, onde ainda dominava o "capitalismo branco". No meio disto, aparece uma "cinderela" vinda do reino da nobreza que se insere no insubordinado mundo do povo. Aí conhece o "vaqueiro" e aí se desenrola algo.

Bom, vejamos: em comparação com dezenas de filmes que já vi, este não visa, nem comporta como principal mensagem o amor ou até a luta pelo amor. Temos uma guerra, temos uma luta de classes e lá no meio cruza-se um par um pouco estranho e improvável, que origina um pouco de romance. O que quero dizer é que a principal mensagem deste filme não é o romance (aliás, como pensava ao início), mas sim a cultura e as suas vantagens e inconvenientes. Austrália será mais do que um simples romance, é mais virado para uma lição de vida, onde o romance é uma pincelada especial de todo o quadro.

Perante isto, na minha opinião, achei o argumento pouco estimulante, apesar de o considerar em certa medida bastante original. O que é de exacerbar sem qualquer mácula é o elenco: Nicole Kidman e Hugh Jackman simplesmente fantásticos, aliás, como já vem sendo hábito. Vale a pena ver, mas sem pressas e quando não houver mais nada para se ver.


Nota: 5/10 - Razoável

domingo, 21 de março de 2010

Porque hoje é Dia Mundial da Poesia e, como sempre, é dia de recordar o poema da minha vida...

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.

Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

Eugénio de Andrade

segunda-feira, 15 de março de 2010

Remember when :


We Laugh


We cry


Together


You and me...

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Uma peónia, um pensamento...



"Quando as pessoas estão vivas, amam. Quando morrem, continuam a amar. Se o amor termina quando uma pessoa morre, não é amor verdadeiro. O amor é divino como a própria alma. Sem ele o coração fica vazio e a vida já nada vale."

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Just like a spirit...



"Even if you're rich,
Even if you're poor,
Every breath you breathe,
I'll be there for you.

Even if you're strong
Even if you're not
Every breath you breathe,
I'll be there for you.

Angelic, little princess,
I wanna wake up
To your face every morning

Another love song
A silly love song
But it's our song
And it's forever
"

sábado, 2 de janeiro de 2010

Porque encontramos sempre excertos que parecem que foram escritos por nós...

"Sabes, a minha vida tem sido um vazio sem bússola nem azimute. Tenho 21 anos agora, e às vezes sinto como se tivesse duzentos e dez. Não durmo de noite, adormeço de dia. Acordo de boca seca, sinto o mundo andar à roda, que alguém me puxa para o fundo de um poço onde só há escuridão, onde me vou perder e onde me quero perder, assim, sem sentido algum. Gostei tanto de te ter encontrado, não me deixes agora... Não me deixes à beira do poço: ouve, não faças nunca acordar destes dias, destas manhãs geladas na areia, dos teus resmungos de sono e má disposição, porque os teus dedos estão enregelados e não consegues acender o lume do fogão para o primeiro chá do dia. Não me acordes agora, não me fales alto antes de me falares ao ouvido..."

Miguel Sousa Tavares, in No teu deserto

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Continuo a acreditar que será assim em 2010...


"Fecha a porta.
Apaga a luz.
Vem deitar-te a meu lado..."

Começar 2010 da melhor forma...