terça-feira, 22 de setembro de 2009

RESISTANCE




"Love is our resistance
They keep us apart and they won't stop breaking us down
And hold me, our lips must always be sealed

If we live our life in fear
I'll wait a thousand years
Just to see you smile again(...)"

sábado, 19 de setembro de 2009

Message in a Bottle


"Minha querida,

Depois de tanto meses esperando o teu regresso, de tantas cartas escritas, poemas enviados, textos que espalhavam a loucura intensa pelo nosso amor, chegou a hora da última carta e um fechar de um capítulo. O momento mais feliz da minha vida aproxima-se, o teu regresso está tão perto que até parece que já sinto o teu cheiro sempre que caminho. Está tão perto o momento que pode mudar as nossas vidas, está tão perto o momento pelo qual esperámos e pelo qual sentimos que valia a pena lutar. Neste momento, posso garantir-te até já me sinto nervoso só de pensar aquele momento em que estarei à tua espera e aquele segundo em que te verei na primeira vez e me vou perguntar: “será mesmo ela?”. São incontáveis as vezes em que sonhei com este dia…

Apesar de tudo isto, sabemos os dois perfeitamente que tudo o que aconteceu abalou tudo e afectou a emoção da tua vinda. Sei que tens medo do que possa acontecer, sei que tens medo de eu te desiludir. Mas, não te falharei nenhuma vez a partir do momento que beijares os meus lábios, porque a partir desse momento, bem podes esquecer tudo o que se passou porque terás um ser diferente…um ser que pela primeira vez sentiu no seu corpo o que é ser amado. Deixa que a diferença que hoje sentimos desapareça e que volte o abraço que nos prendeu durante tanto tempo…

Em todas as cartas que te enviei, falei essencialmente de três coisas que sempre viveram na minha cabeça e foram elas que me fizeram sentir que nunca te poderia largar: casar-me contigo, ter filhos contigo e fazer amor contigo. Hoje, continuo a sentir que quero tudo isso contigo e a partir do momento em que sentir o teu amor no meu corpo vou querer ainda mais.

Sabes, hoje entristece todas as nossas discussões, todos os nossos maus momentos, apesar de terem sido necessários em certas alturas, dói demais quando acontecem… especialmente, por coisinhas tão mesquinhas e sem importância. Peço-te desculpa por todas as vezes em que choraste por minha causa e por todos os momentos tristes que tivemos…

Ao longo de todo este tempo, toda a nossa relação viveu de coisas muito diversificadas entre si. Coisas muito más, coisas muito boas, coisas assim-assim… mas, no fim, o resultado foi sempre o mesmo: “Together, we’ll live forever”!

Até breve."

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Que a viagem comece...


Tu. Coração estrelado que me acompanhas,
Convido-te a navegares estes mares comigo.
Envolvendo os nossos corações em chamas,
Obriga-me a fugir contigo para o abrigo.

Não hesites a nossa busca pela felicidade.
Não deixes que o medo te enfraqueça.
Tu e eu. Aqui. Somos a única verdade
De toda uma paixão que jamais se esqueça.

Sabes, todas as palavras que te suspiro,
Não são dignas do teu encanto.
Porém, são sinceras como o amor que firo,
Sem ti as noites são um pranto.

O destino que à nossa frente se constrói,
Parece vazio e apenas com mar ao redor.
Esquece todas as sensações que em ti dói,
Aceita-me. Por um futuro melhor.

Viveremos só nós e o mar.
Sem gente inútil para odiar.
Caminhando sempre na mesma direcção
Em busca do infinito do nosso coração…

Porque em todos os segundos meus olhos estão fitos em ti…

"Carta ao Pai", de Franz Kafka

Carta ao Pai é uma das obra do escritor Franz Kafka. O livro é na verdade a publicação póstuma de uma carta que Kafka escreveu para seu pai e que nunca chegou a ser enviada.Na carta, Kafka discorre sobre sua relação conturbada com o pai, um comerciante judeu, autoritário e de personalidade forte, que sempre impôs aos filhos sua visão de mundo e que despertava em Kafka um conjunto de emoções conflituantes, do ódio pungente a mais profunda admiração. O livro é uma fascinante obra de arte, onde Kafka usa todo o seu talento em destrinçar a alma humana para mergulhar no relacionamento entre pais e filhos.

Esta obra é um manifesto edipiano em que Kafka esquizofrénico encontra algo ou alguém em quem depositar toda a sua fúria:" diante de ti perdi toda a confiança em mim; em contrapartida, recebi uma culpabilidade infinita ". O ódio ao progenitor - na verdade, mais admiração secreta e profunda inveja - é o escape essencial para Kafka-homem viver consigo próprio. De outro modo, não projectando para fora de si a culpa pelos males que o assolam e que nunca o deixaram ter a paz de espírito que, contudo, porventura, não o teria transformado no escritor que foi, Kafka morreria acto contínuo à primeva percepção de consciência. O tom acre, azedo, ressabiado, não torna a leitura uma tarefa agradável, assim reforçando o modo como esta específica relação paterno-filial se desenrolaria. O estilo está, pois, ao serviço da mensagem.

É um livro desconcertante.


Termino com uma deliciosa referência de Franz Kafka ao Direito – curso que acabaria por tirar sem qualquer pingo de gosto :
"Portanto, estudei Direito. Isso significou que durante alguns meses antes dos exames, afectando consideravelmente os nervos, alimentei-me intelectualmente de letras de serradura que, além disso, tinham sido previamente mastigadas para mim por mil bocas."

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Just Love...


Deixa-me que te abrace
Como as nuvens abraçam o vento.
Deixa-me que te beije
Como o céu e a vida num momento.

Teus olhos, pérolas infinitas,
Transpiram a sensualidade do interior,
Tal como as mãos mais bonitas
Que fazes caminhar pelo meu exterior.

Percorro a ternura da tua alma
Procurando a fantasia extenuante do prazer.
No teu corpo sinto a terna calma
A cada movimento que o sinto fazer.

O suspiro de encanto emotivo
Deu som aos gritos de paixão
Onde depois de um momento cansativo
Reinarás para sempre no meu coração.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

"A Minha Mulher", de Anton Tchékov


A Minha Mulher, é um conto do escritor russo Anton Tchekov. Neste pequeno livro, tendo como base uma grave fome que alastra numa aldeia de camponeses na Rússia, Tchekov aborda um casamento fracassado, as suas causas e efeitos, os erros cometidos e as suas angústias.

Pavel Anndreievitch, um alto funcionário público russo reformado, ao saber desta crise perto da zona onde habita, decide tomar a seu cargo a ajuda a esses pobres camponeses famintos, para isso tenta criar uma espécie de comissão entre os ricos e poderosos da área para resolver esse problema. Quando começa a coordenar as acções, descobre que a sua mulher, muito mais nova, bonita e com um carácter forte, mas com quem praticamente não tem relações nenhumas e as que tem são conturbadas, chegando inclusive a viver em partes separadas da casa, já lhe tinha tomado a dianteira reunindo um grupo de pessoas à sua volta para isso, despertando forte ciúme por parte de Pavel.

A partir desta situação Tchekov começa a mostrar-nos o verdadeiro Pavel que é uma pessoa muito egoísta, rígida e com quem é difícil manter relações de amizade e de amor, mas que através da sua mulher e da descoberta do amor que ainda nutre por ela começa a descobrir-se a si próprio e a ter percepção do que a sua vida verdadeiramente é, uma vida de solidão. Perante isto, Pavel comece o medo da solidão que o acompanhou toda a vida e deixa-se cair nesse mundo onde tudo lhe é indiferente e até ele próprio lhe é indiferente.

Este pequeno livro, é uma lição de vida, mostra-nos como uma pessoa mesmo inconscientemente e com as mais nobres intenções, consegue prejudicar a vida dos outros e a sua felicidade.

Por fim, resta-me dizer uma coisa: ao longo do livro não são muitos os acontecimentos, não há grandes reviravoltas nem peripécias extraordinárias; há, sim, a simplicidade das vidas diárias e das relações entre as pessoas. E eu adoro isso.

"Coração Débil", de Fiódor Dostoiévski


Sinopse:


"Em Coração Débil , uma das primeiras obras do autor, acompanhamos a tragédia de Vássia Chumkov, um jovem apaixonado mas de temperamento fraco, a quem a felicidade parece transtornar. Amado por todos os que o rodeiam, Vássia desenvolve sentimentos de culpa por recear não corresponder às expectativas, deixando-se afundar progressivamente numa inquietação e numa tristeza incompreensíveis. Intenso e comovente, este livro revela bem o estilo febril do romancista russo. "

Esta é uma obra pequena em extensão mas grande em conteúdo. Confesso que o facto de ter poucas páginas (não mais de 90) fiquei um pouco de pé atrás sobre a sua qualidade, talvez porque tivesse medo que a pouca extensão não chegasse para me entusiasmar. Contudo, enganei-me e ainda bem. Coração Débil é uma obra virada para o impacto que os acontecimentos exteriores têm no nosso interior. É comovente em todas as linhas onde descreve cada relação existente e cada movimento efectuado. É intenso em todos os diálogos que contém, onde só interessa a interacção e tudo o resto é secundário. É apaixonante e ao mesmo tempo deprimente onde a loucura substitui o amor e a felicidade.Sentimos pena quando acabamos o livro. Apenas e só muita pena.

É um livro muito típico de Dostoiévski, virado para o interior, curto em personagens e essencialmente directo em sentimentos. Leva-nos para uma sociedade russa dos séculos passados, consegue envolver-nos com a maior das paixões... Fiquei encantado.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

"Onde vivi e Para que vivi", de Henry David Thoreau


Este livro dá-nos acesso a quatro capítulos da obra-prima de Henry David Thoreau, “Walden”, que são: Economia, Onde Vivi e Para que Vivi, Animais de Inverno e Da Conclusão.

Nesta amostra de “Walden”, entramos em contacto com a natureza inerente à obra no seu todo, por meio da exposição de uma filosofia de vida conceptualizada pelo autor e vivenciada sem subterfúgios. Thoreau adverte logo o leitor de que apenas escreverá sobre as suas experiências, sobre a realidade que conhece e que realmente ensaiou. Não lhe interessa narrar factos empreendidos por outrem. Não lhe interessa premissas incertas da vida de quem não é dono. Não lhe interessa nada que não seja a sua vida certa, vivida e absoluta. A base da sua escrita, a sua grande força anímica, é a prática na primeira pessoa, o eu.

Deste modo o livro torna-se num registo diarístico da sua vida em que Henry David Thoreau constrói o seu relato de vida harmoniosa e pacata na margem do Lago Walden, em Concord, Massachusetts.

“A observação da natureza e a observação da natureza humana cruzam-se em várias frentes nesta obra. Se por um lado a natureza oferece ao Homem os recursos necessários à sua sobrevivência, por outro a natureza humana procura suprir as suas carências buscando meios de ultrapassar o que existe para lá da soleira da porta e, sobretudo, dando demasiada atenção aos detalhes da vida alheia, às futilidades que a modernidade apadrinha e que o autor enumera de forma lúcida. "

Para além das suas observações concernentes à dualidade vida prosaica/ vida moderna e defesa do desprendimento material que exerce apaixonadamente, Henry David Thoreau aborda igualmente questões de cariz economicista que são dotadas de uma actualidade incomparável, vejamos:
«Não sou capaz de acreditar que o nosso sistema de produção é o melhor modo através do qual os homens têm acesso à roupa. A condição dos operários está a tornar-se, a cada dia que passa, mais semelhante à dos operários ingleses, o que não é de estranhar, já que, por tudo o que tenho ouvido ou visto, o principal objectivo não é que a humanidade possa apresentar-se bem vestida e de forma honesta, mas sim, inquestionavelmente, que as corporações possam enriquecer. Os homens alcançam, a longo prazo, somente aquilo que ambicionam. Assim sendo, apesar de, a curto prazo, poderem falhar, fariam melhor se almejassem algo num patamar mais elevado.»

Assim, este livro surge-nos recheado de filosofia eterna e infinita, sem deixar de lado a critica à sociedade perante cada comportamento seu.