domingo, 12 de outubro de 2008

Hoje, desencontro. Amanhã, unidos.

"Sonhei que te tinha, durante horas a fio. Sonhei que era o principe que te resgatava do teu palácio para te oferecer um lugar bem melhor e fascinante no castelo que tu e eu juntamente construiremos na nossa vida..."

Naquela manhã, levantei-me contra a minha própria vontade. O sentimento de te ter nos meus sonhos era bem maior do que a emoção de te sentir fugir na minha realidade. É um conflito de casualidades, é uma bola de neve de circunstancias atípicas causadas pela distância. Pergunto-me a mim próprio até que ponto consegues te dispor a sofrer para ficares comigo para sempre.

Abro a janela e vejo o mar. Sei que do outro lado do rio me esperas. Procuro por uma ponte que possa atravessar. Não a acho. Desejava saber caminhar sobre as águas ou apenas saber voar, para ir ao teu encontro. A extensão do rio é incalculável. Eu bem sei que é um oceano, mas rio soa a algo menos doloroso e impossível. Fecho as cortinas. Seria capaz de ficar horas a imaginar-te do outro lado de lá a minha espera. Mas não, não é isso que desejas.

Visto-me. Já se faz tarde. Antes de sair, volto uma vez mais a janela. Olho para o mar. Procuro no horizonte qualquer sinal do teu sorriso. Nada. Aperto o botão que falta da camisa. Ajeito o casaco. Volto a olhar para o horizonte. Começo a sentir um vazio ainda maior do que o que tinha quando acordei. Ao fundo, nos meus pensamentos, o telefone toca. Não foi preciso dizer mais nada: "Sabes que te amo não sabes?"

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