segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Naquele dia, P.Neruda descomplicou o amor...


"Saberás que não te amo e que te amo
porque que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.


Eu te amo para começar a amar-te,
para não cessar de amar-te nunca:
por isto não te amo ainda.


Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desditoso.


Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo."


Pablo Neruda, Cem sonetos de amor

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