segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

"Gone Baby Gone"


Recentemente tive, finalmente, a oportunidade de ver o aclamado filme "Gone Baby Gone" ("Vista pela última vez" ou "Medo da Verdade"). Sim, não minto, o facto de se ter falado das suas semelhanças com o Caso Maddie foi a minha grande motivação para o ver. Ao princípio desconfiei um pouco da sua qualidade: em primeiro lugar, Ben Affleck era o seu realizador. Não sou grande fã da sua performance enquanto actor, excepto aqui ou ali. Como realizador poucas indicações a favor ou contra. Sem dúvida, Casey Affleck, irmão de Ben, é muito melhor actor; ele que também entra no filme. Em segundo lugar, deu-me sempre a sensação que se não fosse o Caso Maddie talvez este filme nunca tivesse sido muito publicitado, pareceu-me, sobretudo, uma questão de oportunidade. Por isto, foi com reservas que o fui ver; confesso, com um medo enorme de chorar o dinheiro pelo bilhete e, sobretudo, pelo tempo perdido.

Depois de o ver, tive um pensamento único "Foi bom. Extremamente real." É, sem reservas, um filme com tacto. Fundamento esta minha ideia em três vertentes. Na primeira encontra-se a excelência dos actores Casey Affleck, Morgan Freeman, ED Harris... quem não se lembra dos Condenados de Shawshank ou de Mr. Brooks? Na segunda encontra-se a realização. Sim, Ben Affleck surpreendeu-me. Tal como Mel Gibson me surpreendeu com a Paixão de Cristo e o Apocalypto. Ambos eram apenas mais "um actor", como realizadores têm "visão". Gostei. Gostei, sobretudo, do jogo de ping-pong em que somos levados a ver; e do drama. Aquele drama que só alguns filmes como Philadelphia, John Q., Finding Neverland nos conseguem levar ao toque no nosso mais profundo ser. Por último, o cerne. O conteúdo em si. Fala de rapto, fala da morte, fala da perda, fala da esperança de recuperar a perda, a morte, o rapto. Fala, essencialmente, da presença física e sentimental que todos em família temos para com todos. Enfim, gostei do facto de conseguir magicar dúzias de finais possíveis para todas aquelas histórias; gostei ainda mais por só descobrir o final quando já não havia muito para mostrar. Mas, quando descobrimos o final, afinal, parece que esse final ainda não o é. É um trailer desse final ou melhor, é uma simulação.

"Gone Baby Gone",
mais do que semelhanças com o Caso Maddie (reduzem-se a semelhanças físicas com a rapariga desaparecida), é semelhante aquele livro de suspense que lemos; onde existem "n" suspeitos para um criminoso; alguém se lembra dos livros de Mary Higgins Clark? "Na rua onde moras..." é um bom exemplo do seu talento, mas sobretudo da mística parecida com este filme.

Dois conclusões me ficaram: Não perderei nenhum filme realizado por Ben Affleck e, por vezes, é bom arriscar e ir ver aquele filme que julgamos ser apenas mais um...

1 Sussurro(s):

Anónimo disse...

concordo absolutamente.. adorei...