sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Encontrei isto...

Não me importo com as rimas. Raras vezes
Há duas árvores iguais, uma ao lado da outra.
Penso e escrevo como as flores têm cor
Mas com menos perfeição no meu modo de exprimir-me
Porque me falta a simplicidade divina
De ser todo só o meu exterior

Olho e comovo-me,
Comovo-me como a água corre quando o chão é inclinado,
E a minha poesia é natural como o levantar-se vento...

Alberto Caeiro

1 Sussurro(s):

Anónimo disse...

li a primeira farse do poema e percebi que era de Alberto Caeiro. é tao contraditório..é simples e belo, mas no fundo nada do que ele alega ser simples e pura e simplesmente vivido o é. Não escreve em versos porque não pensa, porque se recusa a pensar e vive cada dia por si só, cada coisa por si só, mas comovo-se, sente. como nos comevemos sem pensar?Como escrevmos sobre algo se não pensamos nesse algo?
Como fazenmos sentido com o que dizemos se não pensamos?

Contraditório ao máximo. Fernando pessoa sempre quis ser cm alberto caeiro. Fernando pensava demasiado nas coisas e criou alguem que dizia ele não pensar. mas o que acontece é que nem com alberto ele atingiu esse sonho. prepositado?não sei.