sexta-feira, 2 de maio de 2008

Nostalgia!

Estamos numa época daquelas: Faster, Bigger and Harder. O tempo escasseia. tudo parece enorme perante nós. A dificuldade coloca-se à nossa frente, vinda de não sei onde. Deprimente?
Não, não cheguemos a tanto. Apenas se for numa perspectiva: falta de vontade. Assentuam-se os pensamentos inócuos; assentua-se o querer arranjar alguma desculpa para não o ter de fazer. Stress? Não o pode ser. Isto é só o início. Épocas como estas virão...

Nestas alturas cresce a nostalgia. Reaviva-se o pensamento com flechas mortais perdidas... Quando mergulhamos na Atlântida Perdida Dos Pensamentos, encontramos um pouco de tudo:


“O tempo é muito lento para os que esperam, muito rápido para os que têm medo, muito longo para os que lamentam, muito curto para os que festejam. Mas, para os que amam, o tempo é eternidade.” (Shakespeare)

"Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, pois cada pessoa é única
e nenhuma substitui outra.
Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, mas não vai só
nem nos deixa sós.
Leva um pouco de nós mesmos,
deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito,
mas há os que não levam nada.
Essa é a maior responsabilidade de nossa vida,
e a prova de que duas almas
não se encontram ao acaso. "
(Antoine de Saint-Exupéry)


(São como aqueles retratos escondidos e/ou perdidos. Lemos e relemos. É-nos familiar. E ficamos felizes, mas não chega...)


"Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
" (Alberto Caeiro)

"Dois...
Apenas dois.
Dois seres...
Dois objetos patéticos.
Cursos paralelos
Frente a frente...
...Sempre...
...A se olharem...
Pensar talvez:
“Paralelos que se encontram no infinito...”
No entanto sós por enquanto.
Eternamente dois apenas. " (
Pablo Neruda)

"Quando te vi amei-te já muito antes:
Tornei a achar-te quando te encontrei.
Nasci pra ti antes de haver o mundo.
Não há cousa feliz ou hora alegre
Que eu tenha tido pela vida fora,
Que o não fosse porque te previa,
Porque dormias nela tu futuro."

(Fernando Pessoa)



"Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
"
(Florbela Espanca)

"Um internado num manicômio é, ao menos, alguém,
Eu sou um internado num manicômio sem manicômio. Estou doido a frio,
Estou lúcido e louco,
Estou alheio a tudo e igual a todos:
Estou dormindo desperto com sonhos que são loucura Porque não são sonhos."

(Álvaro Campos)

(As folhas são dissecadas ao máximo, à procura de algo mais. Surpresa minha quando no fim de tudo algo familiar aparece, sim foi dos meus primeiros, noutra época:

Bela Adormecida que dormes
Encostada ao meu peito…
Peço-te que transformes
O meu mundo mais que perfeito.

Dá-me a causa do teu olhar,
Empolga-me com a beleza do teu sorrir…
Só a ti irei adorar,
Só contigo sei sentir.

O Mundo não precisa de árvores, sol ou lua
Para nós já nos sacia,
Uma alegria como a tua.

Fantasio que te tenho todos os dias,
Amo-te mais do que a vida,
Bela adormecida, se eu sorrisse, acordarias?
)

É engraçado reavivar a memória. É, sobretudo, um pouco de recordação, boa e má. Seja como for é o procedimento da vida... que fica completo com isto:

"Meto as mãos nas algibeiras
e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar. " (Eugénio de Andrade)



No fim, acentua a ideia de que somos maiores que as dificuldades e estes tempos que consideramos dificéis, são-no na realidade, mas talvez, não tão dificéis como os que já se ultrapassou aos vários níveis. O Muro está alto, mas é baixo comparado com a nossa ambição.

Pergunta-se e na música não há recordações?












O principal, mais do que a melodia, é a letra!

END

(Mas que dia...!)

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