segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Porque há cartas com qualidade...

"25 de Setembro de 1995
Querida Catherine,

Passou-se um mês desde que te escrevi, mas pareceu decorrer muito mais devagar. A vida passa por mim agora como a paisagem do lado de fora da janela de um carro. Respiro e como e durmo como sempre, mas parece não haver qualquer grande objectivo na minha vida que necessite uma participação activa da minha parte. Continuo simplesmente ao sabor da corrente como as mensagens que te escrevo. Não sei para onde vou ou quando lá chegarei.
Nem mesmo o trabalho alivia a dor. Posso estar a mergulhar sozinho ou a ensinar aos outros como fazê-lo, mas quando volto para a loja, parece vazia sem ti. Faço fornecimentos e encomendas como sempre fiz, mas mesmo agora, por vezes olho por cima do ombro sem pensar e chamo por ti. Enquanto te escrevo este bilhete, pergunto a mim mesmo quando, ou se alguma vez, coisas como essas irão alguma vez terminar.
Sem ti nos meus braços, sinto um vazio na alma. Dou por mim à procura do teu rosto no meio das multidões - sei que é impossível, mas não consigo conter-me. A minha procura por ti é uma busca interminável destinada ao fracasso. Tu e eu tínhamos falado sobre o que aconteceria se fossemos separados por força das circunstâncias, mas não consigo manter a promessa que te fiz naquela noite. Desculpa, meu amor, mas não existirá nunca ninguém para te substituir. As palavras que te murmurei eram absurdas, e eu devia ter percebido isso então. Tu - e só tu - tens sido sempre a única coisa que eu desejei, e agora que já cá não estás, não tenho qualquer desejo de encontrar outra. Até que a morte nos separe, sussurrámos na igreja, e eu tenho vindo a acreditar que as palavras permanecerão verdadeiras até finalmente chegar o dia em que eu, também, serei levado deste mundo.

Garrett"

As Palavras que Nunca Te Direi, de Nicholas Sparks

(Porque há livros que as pessoas deviam obrigatoriamente ler, para compreender um pouco o que é o amor...)

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